A Babbel, plataforma de ensino de idiomas líder na Europa, e a TransEmpregos, maior banco de currículos e vagas para pessoas transgênero, se uniram para diminuir as diferenças no ambiente de trabalho. Para isso, a Babbel, em parceria com a TransEmpregos, desenvolveu o guia “Orientações para a inclusão linguística de pessoas trans”que visa incentivar uma comunicação mais respeitosa e que acolha a todos.
O material é assinado pela Dra. Carmen Rosa Caldas-Coulthard, doutora em Linguística na Universidade de Santa Catarina e pesquisadora da Universidade de Birmingham (Reino Unido). O trabalho aborda várias questões importantes, como o impacto que a forma de se comunicar tem na inclusão ou exclusão dos indivíduos, o que são identidades de gêneros e recomendações linguísticas para pessoas trans e não-binárias.
Como o próprio guia sugere, a forma de se comunicar está relacionada com as estruturas sociais, servindo para reforçá-las. Por isso ,ainda hoje, a linguagem é majoritariamente direcionada aos homens, ainda que a sociedade seja composta por mulheres e pessoas não-binárias.
Atualmente, porém, por conta do aumento da consciência inclusiva, repensar a linguagem é essencial. Ao anunciar uma nova pessoa na empresa, por exemplo, o RH não precisa utilizar um pronome. Ao invés de dizer “ Ariel começará a trabalhar amanhã”, é preferível falar “ Ariel começará a trabalhar amanhã”.
Apesar de sutil, essa diferença pode significar uma nova forma de enxergar os colegas, permitindo que eles sejam quem são. Mudanças para uma comunicação mais inclusiva são, mais do que nunca, cruciais.
Apenas 10% das pessoas trans têm emprego formal
De acordo com pesquisa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), publicado na Folha de S. Paulo, cerca de 90% da população transgênero do país não tem acesso ao mercado formal de trabalho.
Mesmo quando conseguem uma vaga, profissionais trans ainda precisam lidar com uma série de constrangimentos, inclusive na hora de ouvir o próprio nome. Muitos são chamados pelo nome de registro, e não social.
Aliás, essa é uma das orientações do guia da Babbel e da TransEmpregos. Segundo o trabalho, a forma mais respeitosa de se direcionar a alguém transgênero é perguntar como essa pessoa gostaria de ser chamada.
O material recomenda ainda suprir artigos e optar por palavras neutras, quando for possível. Ao invés de falar e escrever “Enviei o e-mail ao Ariel”, pois o artigo “o” indica o masculino, é preferível dizer “Enviei o e-mail a Ariel”.
Como se percebe, a linguagem inclusiva tem importância direta na forma como pessoas trans são percebidas e acolhidas. Por isso, é necessário que o RH e os empreendedores aprendam a se comunicar de maneira mais efetiva e promovam ações que minimizem as diferenças sociais.
O guia da Babbel e da TransEmpregos, que incentiva a inclusão linguística de transgêneros no mercado de trabalho, está disponível para download gratuito.