Entenda como hábitos alimentares, vícios e estilo de vida podem ser fatores decisivos para prevenir a condição que afeta 30% da população brasileira.
A hipertensão arterial é uma doença crônica e silenciosa em suas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Muitas pessoas podem conviver com a condição por anos sem perceber. “O agravamento pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e insuficiência cardíaca”, alerta a cardiologista do Hospital Felício Rocho, Eliana Lopes Pires Pinto.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão é responsável por mais de 10 milhões de mortes no mundo a cada ano. No Brasil, cerca de 30% da população convive com a doença.
Como a pressão alta atua no organismo?
A hipertensão é diagnosticada quando os valores da pressão arterial são iguais ou superiores a 130/80 mmHg (ou 13 por 8). Isso significa que o sangue circula pelas artérias com uma pressão maior do que o ideal, exigindo um esforço extra do coração. O nível pressórico adequado deve ser avaliado de forma criteriosa e individualizada por um cardiologista.
Os sintomas costumam surgir apenas quando há picos de pressão. Entre os sinais mais comuns estão dores no peito, dor de cabeça, tontura, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
Quais são os principais fatores de risco?
Segundo Eliana Pinto, os fatores mais conhecidos que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão incluem idade, obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e sal, tabagismo, estresse, colesterol alto e histórico familiar — responsável por até 90% dos casos.
“Há outros fatores que também podem levar ao diagnóstico da doença, como o uso frequente de anti-inflamatórios, doenças congênitas, alterações na tireoide e na glândula suprarrenal, lesões renais e até o uso de anticoncepcionais — embora em menor escala, já que as fórmulas atuais contêm doses reduzidas de estrogênio”, explica a médica.
Como prevenir a hipertensão?
A principal forma de prevenção está na mudança de hábitos. A alimentação tem papel fundamental, especialmente na prevenção da obesidade — um dos fatores de risco. Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, evitar vícios como o cigarro e o álcool, além de adotar uma rotina de atividade física, são atitudes que ajudam a reduzir significativamente as chances de desenvolver a doença.
A medição da pressão arterial é indicada a partir dos 20 anos de idade, ao menos uma vez por ano, como forma de monitoramento periódico e prevenção.