As inovações tecnológicas e a conectividade com a internet são as grandes aliadas da geração Y
É consenso que todo bom profissional precisa passar por uma lapidação que lhe permita aprender seu ofício e desempenhar seu papel. Além de grandes mentores, experiência teórica, acesso à realidade prática e capacidade crítica, os jovens aprendizes precisam também despertar seu senso de curiosidade além do dia a dia. Quanto mais questionador, mais ele enxergará o mundo fora das quatro paredes que o abrigam.
Assim deve ser a vida do novo estagiário. Ao contrário dos estudantes de antigamente, que serviam café, tiravam cópias, operavam impressoras e organizavam arquivos, os universitários de agora se expõem a um cenário mais desafiador, aos programas de computador, aos aplicativos de smartphones, à velocidade do mercado, às mudanças constantes e, principalmente, ao excesso de informação. Ou seja, as inovações tecnológicas e a conectividade com a internet são as grandes aliadas da geração Y – composta por jovens nascidos entre meados dos anos 80 até o ano de 1996. Esses novos aprendizes não são somente os profissionais do futuro, que vão agregar as aptidões práticas, teóricas e seus diferenciais ao ambiente de trabalho, mas também pessoas com experiências únicas que poderão contribuir para a construção de um cenário ainda mais sólido e inovador.
Por esses inúmeros motivos, algumas características podem fazer com que um estagiário se destaque ao participar de uma seleção. Em primeiro lugar está o desejo de aprender e de fazer parte da corporação. Quando o jovem sabe o que quer, ele mostra ao contratante uma confiança e comprometimento atípicos para a idade. Isso conta pontos!
Pessoas com ambição profissional e flexibilidade para dialogar, que sabem o momento certo para agir com autonomia também têm mais espaço no mercado de trabalho. Claro que a responsabilidade ao cargo de estagiário será cobrada de acordo com sua função, mas arriscar também tem seu valor.
Um ponto que é de extrema importância, e que muitos candidatos não se atentam, é estar antenado às notícias. Quando digo notícias, não falo de mídias sociais, mas de informações sobre política, economia, esportes, sociedade, cultura, negócios, estratégia, últimos acontecimentos no mundo e no país. Nada é mais importante que saber conversar e se posicionar sobre todos os tipos de assuntos.
Importante lembrar que ter experiências culturais pode garantir alguns pontos extras. Conhecer museus, restaurantes, música, apreciar bons programas e saber falar sobre temas que estejam em alta. Mas nada disso vale se o estagiário não souber seu valor na companhia. Muito mais que um aprendiz, o estagiário é o futuro profissional. Por isso, o mercado tem exigido cada vez mais dele e as empresas têm calibrado bem suas escolhas em processos longos. As grandes corporações não querem mais um mero estudante, que fique por 1 ou 2 anos, mas sim os futuros trainees, que assumirão ao longo do tempo os cargos estratégicos e que desenvolverão suas carreiras sob o perfil da companhia e com a tutela dos grandes nomes ali lapidados anteriormente. São gerações criadas dentro da própria empresa.
É justamente por entender a importância desse jovem no mercado de trabalho e da primeira experiência profissional em sua vida que já existem processos focados exclusivamente do desenvolvimento desses profissionais. Resta-nos, como mentores, ter paciência, inteligência racional e emocional para ensinar. Por que se esses jovens amanhã se transformarem em profissionais medíocres, teremos que fazer o mea culpa, pois nossa parcela há de ser cobrada. Mas se nos depararmos no futuro com excepcionais profissionais, sejam CEOs ou não, será um orgulho olhar para eles e poder dizer: aprendi com você tanto quanto você aprendeu comigo!
Por Cristiane Adad, gestora de RH da CCR Metrô Bahia