Maíra Gracini, presidente da HRtech para América Latina, debate o modelo anywhere office
A tendência do trabalho remoto global em empresas de tecnologia foi tema da palestra de Maíra Gracini, presidente da HRtech Atlas para América Latina, no 1º Fórum de Gestão de Pessoas para Empresas Tech, realizado pela ABRH – Associação Brasileira de Recursos Humanos. Na ocasião, a executiva apontou as oportunidades de ter um banco de talentos sem fronteiras e do papel do Employer of Record (EOR), no qual a Atlas é pioneira.
A flexibilidade no trabalho sem fronteiras, segundo Maíra, é um caminho sem volta, em especial para as empresas de tecnologia. Dados de uma pesquisa realizada neste ano pela Atlas com a Think Work Lab indicam que 59% dos RHs preveem problemas de escassez de mão de obra. A preocupação é maior entre empresas que só contam com modelo de trabalho presencial (75%) em comparação com as que adotam o modelo híbrido ou remoto (56%).
Para Maíra, esse resultado mostra como o modelo de trabalho atualmente pode impactar a atração e retenção de talentos e a satisfação com a empresa, que definem os rumos das companhias.
RH tem papel de desmistificar trabalho remoto
Diante da mudança no modelo de trabalho nos últimos três anos, que atinge seu mais alto nível de maturidade com o anywhere office, compete ao RH questionar o que funciona para a cultura da empresa e ser o provocador da mudança. De acordo com a executiva, o setor tem o poder de desmistificar o trabalho remoto para as lideranças e iniciar discussões sobre flexibilidade baseadas em dados e estudos.
É nesta etapa que entra também o Employer of Record, que é a extensão legal de uma empresa no país onde ela quer operar. Com a expertise da Atlas em EOR, uma empresa baseada em um país pode contratar talentos ao redor do mundo sem precisar criar novas responsabilidades fiscais, que ficam a cargo da Atlas, assim como o processo de onboarding e compliance.
Um dos maiores desafios para empresas que querem investir na entrada em novos mercados e no pool global de talentos é como manter e engajar funcionários remotos na cultura organizacional. Maíra lembra que não há receita certa e que esse paradigma precisa ser quebrado por meio de imersões organizacionais à distância. Além disso, contar com a solução de EOR ajuda a dar um apoio local e humanizado aos colaboradores.
Maíra Gracini ainda apresentou dados da Atlas sobre as regiões mais buscadas pelas empresas para contratar talentos. Globalmente, a Europa aparece à frente, com 38%, seguida da Ásia e Oceania (28%), África e Oriente Médio (12%) e América do Norte e América Latina (ambas com 11%). As empresas brasileiras, por sua vez, tendem a procurar por colaboradores na América Latina – em especial México, Colômbia, Argentina e Chile -, Europa – com foco em Portugal, Espanha e França -, Índia, Singapura, Canadá e Estados Unidos.