De acordo com o Gartner, até 2026, 30% dos novos aplicativos usarão IA para impulsionar interfaces de usuários adaptativas personalizadas
O boom da Inteligência Artificial gerou um grande impacto em diferentes áreas do mercado empresarial. Em 2024 não será diferente. A tecnologia seguirá em ascensão no meio corporativo. Segundo previsões do Gartner, a Inteligência Artificial é uma das principais tendências tecnológicas para este ano, que vem para impulsionar metas de negócios mais rapidamente. A consultoria indica que, até 2026, 30% dos novos aplicativos usarão IA para impulsionar interfaces de usuários adaptativas personalizadas, o que representa um aumento de menos de 5% hoje.
Diante desse cenário, será inevitável a necessidade de investimentos, adaptação e adequação de organizações à tecnologia. Pensando nisso, os principais CEOs do segmento opinam sobre o que podemos esperar da inteligência artificial em 2024:
Fábio Falcão, CEO da IARIS, startup especializada em aplicações de inteligência artificial.
“A contínua expansão das inovações tecnológicas relacionadas à inteligência artificial vão, cada vez mais, reconstruir e adaptar os métodos para o uso dessa solução. Neste e nos próximos anos, a IA irá transformar a maneira como organizações realizam análises de dados e processos de negócios. Processos que hoje podem fazer sentido para um profissional da área aprender, por exemplo, amanhã podem ser automatizados através de novas ferramentas e plataformas.”
Matheus Danemberg, CEO e fundador da nav9, empresa parceira na construção de soluções digitais para organizações que buscam inovação.
“A Inteligência Artificial vem para acelerar ainda mais as transformações do mercado tecnológico dentro das organizações. E, para isso, é preciso que tanto profissionais de TI quanto as empresas estejam preparados para acelerar o desenvolvimento dos negócios por meio dessa tecnologia. A chave é ter agilidade e objetividade para assimilar todo o conhecimento que vem sendo gerado e implementar no cotidiano da empresa todo o poder da IA.”
Jan Krutzinna, fundador e CEO da ChatClass, startup que democratiza o acesso à educação e capacitação via IA e chat.
“A utilização da inteligência artificial aliada ao WhatsApp e ao Instagram, aplicativos que já estão presentes na maioria dos smartphones dos brasileiros, traz muitos benefícios para as empresas, uma vez que proporciona o treinamento descentralizado, gerando times mais engajados e capacitados, além de democratizar o acesso à informação. Acreditamos que a personalização do treinamento, a simulação de situações de trabalho e o feedback instantâneo podem transformar a maneira como as empresas treinam seus colaboradores e melhorar significativamente a produtividade e a qualidade dos resultados.”
Leonardo Ladeira, CEO e cofundador do Portal de Compras Públicas, govtech que conecta a iniciativa privada com as necessidades de compras dos entes públicos por meio de IA
“A utilização da IA no mercado das govtechs já é uma realidade, pelo menos no Portal de Compras Públicas. Olhando especificamente para o setor de compras públicas, essa tecnologia pretende trazer um impacto transformador para o ecossistema e, em especial, para a tomada de decisões de compradores (entes públicos) e fornecedores (empreendedores que vendem para o governo). Em resumo, podemos esperar que a tecnologia traga, além de assertividade, um aumento nas participações em processos licitatórios, reduzindo significativamente processos desertos ou fracassados e assegurando contratações mais vantajosas para a administração pública.”
Heitor Cunha, CEO e fundador da CodeBit, empresa especialista em tecnologia de código e cloud computing sob medida, com foco no terceiro setor
“Com o atual crescimento do tema no setor de tecnologia, enxergamos uma forte tendência sobre a pauta de Inteligência Artificial Generativa – conjuntos de algoritmos capazes de aprender padrões mais complexos de comportamento a partir de uma base de dados. Além de discussões sobre seu uso em diferentes esferas, a Inteligência Artificial Generativa oferece oportunidades, já que existe um grande campo a ser explorado com a disponibilização de ferramentas corporativas similares ao Chat GPT, que aprendem uma base de conhecimento específica e conseguem realizar diversas ações. Isso indica que profissionais que se especializarem no tema tendem a se destacar frente à novidade.”
André Abreu, CEO e co-founder da BossaBox, que acaba de ser listada entre as empresas mais promissoras do ecossistema de inovação pelo 100 Startups to Watch 2023, além de ser referência no modelo de squads-as-a-service no Brasil.
“Hoje em dia, vemos uma variedade enorme de ferramentas que nos ajudam a realizar nosso trabalho (Work Tech), contratar e gerir nossos times (Workforce Tech) e simular o ambiente de trabalho (Workplace Tech). Isso faz com que o compartilhamento de dados e automação de processos seja cada vez mais simples e possível. As empresas precisam começar a entender como e quando contratar parceiros para o desenvolvimento de produtos digitais de forma eficiente, uma vez que as soluções disponíveis hoje no mercado são falhas em aspectos importantes.”
Thiago Brandão, Forbes Under 30, CEO e cofundador da Cuponeria Loyalty, startup investida pelo Google, Bradesco e ACE, e que cria soluções para ajudar empresas a fidelizarem seus clientes.
“Vejo que em 2024, a Inteligência Artificial vai ser cada vez mais empregada na personalização de ofertas e experiências de fidelidade do cliente, baseando-se no comportamento individual de cada pessoa, como fazemos aqui na Cuponeria, onde acreditamos que a personalização avançada e a inteligência preditiva estão se consolidando como ferramentas essenciais para as empresas manterem seus clientes. Algoritmos avançados analisam dados de interações passadas, preferências e padrões de compra para oferecer promoções altamente personalizadas aos consumidores. Além disso, os Sistemas de IA estão se tornando mais proficientes em antecipar as necessidades e desejos dos clientes, permitindo que as empresas ofereçam recompensas personalizadas antes mesmo que sejam explicitamente solicitadas.”
Andrea Miranda, CEO e cofundadora da STANDOUT, martech referência em trade marketing digital, que auxilia marcas a falarem diretamente com os seus públicos nas páginas de produtos dos e-commerces.
“Com um olhar focado no varejo, quero ver muito mais aplicações da IA neste setor. Não apenas no físico, mas também no digital, apoiando tanto os compradores na decisão de escolha mais assertiva, quanto as marcas e o comércio eletrônico a entregarem a melhor experiência de consumo, aonde quer que comprador esteja.
Como Cientista de Computação, com mais de 30 anos de experiência em TI aplicada ao marketing digital e publicidade, o que não espero para a IA é que ela vá se regulamentar por iniciativa própria. Então, o que desejo é que seja formado um conselho mundial, da mesma forma que foi feito na época da World Wide Web, com o W3C, principal organização de padronização da WWW, e mais recentemente com o Metaverso, para que os temas pertinentes possam ser regulados pelos humanos que entendem a fundo suas implicações.
Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital, Voice IDTech pioneira em biometria de voz no Brasil, que já preveniu mais de R$60 milhões em fraudes
“Além de altos investimentos em Inteligência Artificial, esperamos em 2024 uma maior automação dos processos fomentando novas experiências nas jornadas. Outro pilar que ganha mais força é também o investimento em CyberSecurity para proteção de dados e identidades digitais, evitando ataques sofisticados e roubo de informações por parte dos fraudadores e hackers.”
Daniel Prianti, Co-CEO da BPool, Enterprise Gateway Marketplace estabelecido para transformar a contratação de serviços de marketing e a forma como as pessoas trabalham
“O modelo de Inteligência Artificial popularizado e democratizado pelo ChatGPT, associado ao Machine Learning, já está ajudando marcas a conquistarem vantagens competitivas e acelerarem resultados há pelo menos 10 anos e será fator essencial de manutenção liderança dessas empresas, desde que aplicado de forma clara e atraente. Cada vez mais integrada aos serviços de marketing, uma das vantagens promovidas pela IA, e que deverá ser massivamente utilizada em 2024, será a hiper personalização. Graças a capacidade de processar milhares de dados dos consumidores, é possível garantir maior agilidade e customização na criação de campanhas e peças para públicos diferentes de maneira automatizada, o que ocasiona a otimização de recursos em todos os níveis”.
Ricardo Kalichsztein, CEO da QUOD, datatech (empresa que utiliza inteligência de dados e analytics para servir a tomada de decisões) que atua no segmento de análise de crédito, prevenção a fraude e inteligência de cobrança
“Um estudo organizado pela iProov, estima que atualmente 20% da receita online dos bancos na América Latina é perdida com fraudes. Mas se por um lado a Inteligência Artificial tem sido usada para aperfeiçoar e escalar os golpes aplicados, ela também será indispensável para combater e proteger todo o ecossistema financeiro. Desde a previsão das fragilidades e elementos que devem ser corrigidos, na proteção dos ativos, mas principalmente na manutenção da confiança dos clientes, soluções como as da Quod, que utilizam machine learning, contribuirão para reverter o cenário atual de perdas”.