Por Thatiana Soto Riva, Gerente Global de Diversidade, Captação, Treinamento e Desenvolvimento da Votorantim Cimentos
O Dia Internacional da Igualdade Feminina, celebrado hoje, 26 de agosto, reforça exatamente as vitórias e batalhas empreendidas pelas mulheres para conquistar lugares, deveres e reconhecimento iguais aos homens na sociedade. A data surgiu nos Estados Unidos, em 1973, como uma homenagem, após 53 anos, à conquista das cidadãs norte-americanas da permissão para votar. Sabemos que ainda hoje são necessários avanços para termos de fato igualdade, mas eles estão acontecendo, seja no ambiente doméstico ou no mundo corporativo, onde também durante muito tempo – e ainda hoje – as mulheres permanecem em posições diferentes a dos homens e não encontram as mesmas oportunidades.
Há algum tempo era impossível imaginar uma unidade operacional, por exemplo, com 100% do corpo de trabalho formado profissionais do sexo feminino. Hoje, esse modelo não só pode ser exequível como representa uma iniciativa com muitas vantagens. É o que demonstramos na prática com o início da operação de um Centro de Distribuição da Votorantim Cimentos operado 100% por mulheres. As atividades tiveram início neste mês de agosto, no município de Juazeiro do Norte, no Ceará. É nossa primeira unidade no país operada exclusivamente por mulheres, o que representa um marco em nossa jornada de diversidade e inclusão. Estamos construindo uma história pautada pela busca constante da transformação, por meio do nosso jeito ético e humano com gente que pode somar. Afinal, mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico, as pessoas, em suas diferentes singularidades, têm um papel crucial para o impacto positivo do nosso negócio na sociedade.
Mas sabemos que vivemos uma jornada como sociedade e que precisamos manter o nosso olhar atento para aumentar as oportunidades de inserção de mulheres nas empresas. Evidentemente, é preciso criar um ambiente favorável de inclusão, que não se resume a oferecer vagas destinadas a elas. Claro que essa medida é fundamental, mas antes é preciso fazer o dever de casa, conhecendo mais detalhadamente aquelas que já fazem parte da trajetória da empresa. Isso pode ser feito com a aplicação de um censo para conhecer melhor as características das equipes e suas percepções em relação à empresa.
Esse tipo de ação contribui para levantar dados genuínos dos anseios das equipes, os quais podem subsidiar um diagnóstico para a empresa avaliar como direcionar suas ações. Desse modo, a inclusão feminina pode começar a ser viabilizada de forma mais abrangente, por meio de soluções de infraestrutura, por exemplo, que no dia a dia fazem toda a diferença para elas, como a instalação de mais banheiros femininos, salas de amamentação, iluminação adequada no entorno da empresa para a aumentar a segurança, entre outros.
A inclusão feminina efetiva, portanto, não se limita a questões de clima organizacional. A empresa que quiser realmente diversificar o seu time, deve traçar um plano estratégico e ampliar a maneira como fará essa transformação, porque a virada de chave não é uma atribuição exclusiva da área de Recursos Humanos. É preciso engajar os empregados e empregadas de todas as áreas e níveis hierárquicos a contribuir para a mudança, de forma democrática. Isso faz com que cada um entenda a sua responsabilidade e perceba que a melhoria do ambiente de trabalho se faz não de forma individual ou em grupos isolados, mas com a participação coletiva.
E uma vez que a empresa é conscientizada de que as mulheres podem exercer as mais diversas ocupações, cria-se um cenário propício não só para a contratação delas, mas também para criação de programas de formação para capacitá-las a assumir cargos antes tipicamente masculinos. Um exemplo nosso, da Votorantim Cimentos, é o programa de Engenheiras de Confiabilidade, com foco na contratação e no desenvolvimento de mulheres para nossos times de operações, até uma posição de alta liderança no Conselho Administrativo. Nós realmente podemos tudo! E com o reconhecimento das nossas capacidades e direitos podemos ainda mais. Vale lembrar que a interseccionalidade envolve outras populações, como as pessoas negras, com deficiência e LGBTI+, e fortalece ainda mais a equidade de gênero.
São iniciativas de valorização e reconhecimento dos diferentes públicos, implementadas de forma concreta como parte da mudança de cultura, que contribuem para desenvolver nas pessoas um senso de pertencimento, o que as fazem se sentir verdadeiramente incluídas. É assim que uma empresa amadurece nos seus processos de contratação, porque atrai e retém talentos e de uma forma convicta e segura segue com a certeza de que está proporcionando condições adequadas e igualitárias para todos. E na esteira desse salto de evolução organizacional, a empresa ultrapassa os seus muros e inspira outros a se transformarem, desde o motorista que será atendido, por exemplo pela supervisora do Centro de Distribuição de Juazeiro do Norte, onde irá carregar o seu caminhão, até empresas parceiras, entidades e sociedade.
O mundo é diverso e para que todos sejam incluídos e tratados com respeito e dignidade ainda é preciso romper barreiras e superar preconceitos. Atuar com seriedade, responsabilidade, competência e com coragem de inovar continuam imprescindíveis para um negócio manter-se sólido e duradouro, essas são características que encontramos nas pessoas e em times marcados pela diversidade.