Rosa Bernhoeft – especialista em liderança e gestão de pessoas
Considerando o mercado de trabalho atual, a mulher tem grandes desafios: ser ouvida para solucionar problemas, superar os desafios, apresentar ideias, superar oposições, divergências e conflitos internos e externos, de não só comprovar a sua capacidade técnica, mas também acreditar nela própria.
Ela precisa colocar na mesma medida e dimensão a importância da sua vida pessoal, profissional e a sua condição de mulher, como mãe, filha, esposa, já que são coisas importantes, sacrificar qualquer uma das posições como profissional, família ou papéis, pode gerar um peso muito grande e uma sensação de culpa e vitimização, como diz Luiza Helena Trajano, “- Ninguém tem a obrigação de ser perfeita.”, eu posso ser muito boa em cada um dos papéis que tenho.
Entra a necessidade de se posicionar em casa sobre o seu papel na empresa e se posicionar na empresa sobre o seu papel em casa, deixando claro para todos, as suas necessidades e possibilidades de contribuição, sem criar caixinhas para separar as diferentes facetas.
Outra coisa relevante é estabelecer diálogos, criar oportunidades de conversar com o outro, não desistir nas primeiras tentativas, tendo muita clareza de onde quer chegar, o que ela deseja conseguir e defender aquilo que é. Os obstáculos não podem ser desanimadores ou vão obstruir os seus objetivos, suas metas. Ter um olhar positivo, que mesmo dentro dos conflitos e contextos mais desafiadores fará diferença, a mulher precisa levar em conta que ela não está só, junto a ela tem outras mulheres, outras pessoas com as quais se ela pode contar, então ela pode desistir desse papel de heroína solitária, de tentar provar seu valor constantemente, tentando ser a melhor mãe, a melhor filha, a mais competente profissional, pois tais cobranças podem gerar um contexto altamente improdutivo e bloqueador, podendo levar a enxergar um único foco, não valorizando as pequenas vitórias e criando um ambiente de frustração.
Em aspectos mais operacionais e mais concretos, ela terá que criar disciplinas, aprender a criar formas e mecanismos de auto-organização e de organização dos contextos onde ele está para colocar todos os recursos e serviços daquilo que está sendo feito, olhar com atenção para a tomada de decisão, levando em conta consequências, custos e riscos que são decorrentes das suas decisões, fazer o melhor não pela meritocracia, mas simplesmente ela faz o melhor dela, o que faz sentido pra ela própria.
O Brasil ainda está longe de estabelecer essa equidade salarial entre homens e mulheres, no entanto, a mulher quando vai para um processo seletivo, um fechamento de um contrato de um trabalho, precisa pensar sobre quanto o mercado valoriza essas atividades e quanto ela é capaz de poder produzir, não somente pensar em quanto vai ganhar, mas também quanto pode contribuir para que se estabeleça uma relação muito mais de ganha-ganha, com o contexto, e como pode agregar valor naquele trabalho que está fazendo, para que o contratante perceba tal contribuição, agregando valor para o contexto, ter uma atitude ativa no manejo de uma visão tanto financeira quanto econômica, aprendendo a negociar os ganhos, ampliando a sua própria posição, visando conseguir um crescimento de carreira, se atualizando e mantendo um processo de aprimoramento e de aumento da tua capacidade educativa acompanhar o mercado.