Por Maurício Pedro, gerente do atendimento corporativo do Senac São Paulo, e Valquiria Monte Cassiano Rizzo, coordenadora do Grupo Empreendedorismo, Sustentabilidade e Inovação do Senac São Paulo
Estudo Empreendedorismo Jovem no Brasil, feito pelo Sebrae com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) no IBGE no 2° trimestre de 2021, mostra que somente 6,8% dos empreendedores brasileiros eram jovens entre 18 e 24 anos, o que corresponde a 1,9 milhão de pessoas. O levantamento também revela que vem ocorrendo uma queda da participação desse público no empreendedorismo nos últimos 5 anos. Em 2016, eles correspondiam a 7,2% dos empreendedores brasileiros e, no ápice da pandemia, a participação deles caiu para 5,8%.
Como se diz por aí, contra fatos não há argumentos. A pandemia do novo coronavírus afetou o mundo todo, considerando os aspectos sociais, econômicos e políticos, acentuando o desemprego e as dificuldades para abertura de novos negócios.
A faixa etária a qual nos referimos acabou sendo fortemente afetada por alguns motivos, sendo alguns deles: o cenário incerto (para todos), a inexperiência, a falta de incentivo financeiro e de incentivo para a capacitação, o que os impediu de se arriscarem a empreender.
Nesse contexto, a importância do empreendedorismo é incontestável para impulsionar a economia do país, pois fomenta a geração de novos trabalhos, cria produtos e serviços para o mercado e estimula o surgimento de soluções inovadoras para diversos setores. E, para que ele ocorra, são necessários: atitude aliada à educação empreendedora e uma boa rede de apoio – ecossistema empreendedor -, fazendo com que o jovem tenha as ferramentas necessárias para empreender.
Educação acelera o processo
Há instituições educacionais que ajudam os jovens a serem protagonistas da própria trajetória profissional, criando oportunidades, estimulando a difusão e a aplicação dos conceitos de empreendedorismo de forma prática. Além de se preocuparem em oferecer conteúdo gratuito e bolsas dentro do portfólio, ajudam a desenvolverem competências técnicas e emocionais de forma transversal como marcas formativas, o que também são fontes de capacitação para quem quer mergulhar no universo do empreendedorismo.
Buscar uma educação que dialogue com as competências do mundo do trabalho é caminhar no sentido de reverter os índices apontados pela pesquisa do Sebrae, ressaltando a relevância do autoconhecimento, da educação empreendedora, de estudar o mercado e se conectar com uma rede de apoio local.
Competências para o jovem empreendedor
Segundo o relatório The Future of Jobs 2020 do Fórum Econômico Mundial, do Fórum Econômico, 50% das habilidades profissionais devem mudar nos próximos cinco anos e há destaque para algumas delas, sendo a criatividade, a flexibilidade, o julgamento e a tomada de decisão. Essas competências estão muito conectadas às características empreendedoras.
As instituições educacionais, empresas, e iniciativas públicas devem se aproximar cada vez mais para que, juntas, estimulem o desenvolvimento desses jovens de modo que consigam conquistar as melhores oportunidades de trabalho, abrindo espaços de diálogo e de mentorias.
Há um trecho de uma letra de Gonzaguinha que diz: “Eu vou à luta com essa juventude/Que não corre da raia a troco de nada/Eu vou no bloco dessa mocidade/Que não tá na saudade e constrói/A manhã desejada”. Acreditar na potência do jovem como solução para um mundo próspero e sustentável é algo que não podemos abrir mão, já oportunizar condições para que os jovens floresçam é uma obrigação que cabe a conjunção entre público e privado.
E a escola é um caminho que deve servir de esteio para que esses jovens se tornem a potência que acreditamos e queremos para um futuro melhor. E como diz o mestre da imaginação, mas sobretudo, da realização, Walt Disney, “Todos os seus sonhos podem se tornar realidade se você tiver a coragem de persegui-los”.