Para Rodrigo Zerlotti, CEO da Plooral, práticas de Eduployment® podem tornar o processo de atração e retenção de talentos mais eficiente
Um levantamento recente, realizado pela consultoria Robert Half, aponta que buscar e reter talentos continuará sendo um desafio para os profissionais de RH em 2023. Para Rodrigo Zerlotti, CEO da Plooral – HR Tech de recrutamento e treinamento, a dificuldade acontece quando empresas não oferecem oportunidades de desenvolvimento de carreira durante o processo de atrair e reter talentos, e a mudança de “mindset” pode beneficiar o RH na busca por profissionais.
“O modelo de incentivar a pré-qualificação de candidatos com microlearning pode diminuir a escassez de talentos nos próximos anos. As empresas querem profissionais já preparados ou com qualificações que normalmente não vêm de uma educação formal. Os candidatos, principalmente jovens e recém formados, não estarão prontos para essas oportunidades. Quando as empresas entenderem que podem oferecer vagas de trabalho alinhadas com oportunidade de desenvolvimento, o processo vai ser mais eficiente e teremos mais pessoas com a qualificação necessária para as oportunidades ofertadas”, explica Zerlotti.
Eduployment – “Qualificação para a empregabilidade”
O profissional defende um modelo chamado de Eduployment, que nada mais é do que “qualificar para empregar”. Segundo ele, não é apenas fazer o uso de recursos tradicionais e genéricos da educação para obter diplomas, certificações e afins, mas focar na construção de habilidades direcionadas aos requisitos e demandas das posições em questão.
“Quando falamos em propor a qualificação para a empregabilidade, muitos pensam em cursos, faculdades, especializações e etc. E na verdade é o desenvolvimento de habilidades específicas do candidato para a vaga que ele ocupa ou deseja ocupar. As empresas devem acreditar na integração das áreas de recrutamento e seleção e também de treinamento e desenvolvimento para que possam planejar melhor a contratação de profissionais. Além disso, quanto mais empresas trabalhando dessa forma, menor a escassez de candidatos qualificados em seus processos”, alerta.
Para Zerlotti, este processo de qualificação tem foco no desenvolvimento do profissional para determinada vaga em questão, levando em consideração os aspectos, desafios e realidades da empresa. “O objetivo é desenvolver as habilidades necessárias para ocupar o cargo, assim como as que estão relacionadas com os problemas e desafios diários do negócio. Não importa como, seja por meio de cursos, palestras, webinars, podcasts, livros e conteúdo digital, o importante é que a empresa incentive essa qualificação”, explica.
A tecnologia e a inteligência de dados nos processos seletivos
O Fórum Econômico Mundial já projetou que a inteligência artificial e a automação serão responsáveis pela criação de 100 milhões de empregos nos próximos anos. Hoje, muitas empresas são adeptas a automatização de seu processo de recrutamento e seleção, principalmente fazendo o uso de plataformas online, mas o executivo da Plooral alerta: “precisamos ter cuidado para não perder a humanização nos processos de R&S”.
A Plooral recebe diariamente mais de 2 mil cadastros em sua plataforma e assumiu como desafio fazer o uso da inteligência de dados, sem perder o lado humano em seus processos. Isso fez com que o índice de resposta dos processos seletivos e a usabilidade por parte dos candidatos saltasse em relação ao de suas concorrentes.
“Os candidatos estão cansados de processos seletivos longos e ineficazes. Existem casos em que tudo é tão automatizado que até a inteligência reprova o candidato ideal por um simples erro de preenchimento e, o pior, sem levar em consideração o potencial futuro da sua habilidade, ou cometendo o erro sistemático na análise de soft skills. Para piorar a situação, candidatos mais sofisticados já descobriram formas de “enganar” este sistema de seleção por IA. Por isso, vejo no treinamento e qualificação um ponto de diferenciação que pode ser trabalhado em conjunto com a inteligência para atrair e reter talentos”, comenta Zerlotti.
O executivo finaliza citando alguns benefícios que a prática de Eduployment oferece e que vão muito além da eficiência no processo de atração e retenção de talentos.
“Empresas que praticam o Eduployment conseguem otimizar custos com qualificação de colaboradores, já que elas mesmas promovem isso. Também há aumento na produtividade de negócios, melhora no engajamento de equipes e uma construção de habilidades baseadas nas necessidades da empresa. Já para o colaborador ou candidato, há o desenvolvimento de carreira, a valorização no mercado e o aperfeiçoamento de suas hards e softs skills, isso sem falar na possibilidade de transição de carreira para dentro ou fora da organização, além de movimentos horizontais (carreira T) na empresa”.