A boa notícia é que estamos no caminho certo mesmo que ainda distantes na prática
Há mais de 28 anos trabalhando com empresas tenho acompanhado os movimentos de abertura para a inclusão racial, de gênero e de pessoas portadoras de necessidades especiais. Já vivi situações em que falar em ter negros num processo de seleção era algo que não podia entrar nem em questão, se falar de discriminação sexual ainda mais e de “por favor quero homens e não mulheres”, sempre foi algo triste de ser percebido.
Os tempos mudaram e essas questões inverteram de posicionamento em alguns casos chegando ao absurdo de querer contratar as pessoas por serem negras, gays e mulheres em detrimento das competências de cada pessoa. Movimento que claro não se sustenta no dia a dia posterior as contratações.
A questão da inclusão tem a ver com as pessoas se considerarem iguais como pessoas e diferentes nos outros quesitos, e, em ambos os casos competentes para realizar as funções as quais correspondem.
A empresa inclui porque acha que a pessoa é capaz, talentosa e pode realizar as atividades e funções a ela conferidas, sem de qualquer forma levar outros quesitos em questão. A sociedade como um todo tem se revelado ainda frágil nesse sentido, fomos criados para ser excludentes e preconceituosos, ainda não basta falar conceitualmente sobre aceitar as diferenças se elas ainda existem em nosso comportamento explícito no dia a dia, e quando digo no comportamento é porque o discurso já mudou em muitos casos, mas o comportamento ainda não. A boa notícia é que estamos no caminho certo mesmo que ainda distantes na prática.
Por Celso Braga, sócio diretor do Grupo Bridge