O levantamento envolveu a consulta a profissionais de Recursos Humanos e colaboradores de diversos níveis hierárquicos e setores.
Uma nova pesquisa desenvolvida pelo Insper, referência em ensino superior no Brasil, em parceria com a Robert Half, líder global em soluções de talentos, mapeou as práticas mais eficazes para o desenvolvimento de lideranças. O estudo aponta uma discrepância significativa entre as ferramentas de treinamento percebidas como mais eficazes e sua real utilização nas organizações.
O levantamento envolveu a consulta a profissionais de Recursos Humanos e colaboradores de diversos níveis hierárquicos e setores, buscando capturar uma visão abrangente sobre as práticas de treinamento executivo. Foram avaliadas ferramentas como cursos, coaching, mentoria, feedback, alocação em projetos, testes de perfil, gamificação e networking.
Embora cursos e treinamentos figurem como as ferramentas mais adotadas, com 91% dos respondentes, a pesquisa revela que a alocação em projetos e tarefas é considerada a mais efetiva, com uma pontuação de 4,07 em uma escala até 5. Seguem-se a mentoria, com 3,92, e os próprios cursos e treinamentos, com 3,75. Surpreendentemente, os testes de perfil, apesar de sua alta frequência de uso, ocupam o último lugar em eficácia percebida.
“A integração entre cursos e networking, bem como a combinação de simulações com a alocação em projetos, são percebidas como particularmente vantajosas”, explica Tatiana Iwai, coordenadora do Centro de Estudos em Negócios do Insper. Ela enfatiza o potencial do networking para expandir perspectivas e aumentar recursos de resolução de problemas.
Os resultados também destacam a importância dos testes de perfil e feedbacks para o autoconhecimento, enquanto a mentoria é valorizada no aprendizado comportamental. No contexto afetivo e motivacional, a alocação em projetos é enfatizada como um meio eficaz de aprimorar a apreciação do exercício da liderança.
O estudo sugere que todas as ferramentas apresentam limitações ao tentar desenvolver a inclinação para a liderança, refletindo a complexidade do atributo. “As organizações devem criar estratégias para identificar e cultivar talentos adequados para cargos de liderança, enfrentando também o medo de falhar que muitos profissionais expressam ao evitar posições gerenciais”, aconselha Mario Custódio, diretor de Recrutamento Executivo da Robert Half.
Entre as sugestões para otimizar programas de liderança, os pesquisadores destacam a importância de enriquecer os treinamentos com simulações, promover o networking estruturado, enfatizar a aprendizagem prática por meio de projetos e alinhar as ferramentas ao estágio de maturidade do líder, variando desde o uso de feedback e testes de perfil até a mentoria e o coaching para estágios mais avançados.
Este estudo proporciona uma visão crítica sobre como as práticas de desenvolvimento de liderança podem ser melhoradas, oferecendo uma base sólida para empresas que buscam maximizar a eficácia de seus programas de treinamento.