Conforme a geração Z avança para o mercado de trabalho, as empresas enfrentarão uma pressão crescente para adotarem práticas verdadeiramente flexíveis
Dois terços dos colaboradores entrevistados afirmam que as práticas de trabalho flexíveis das suas empresas não se adequam às suas necessidades pessoais – com outros 36% a afirmarem que seus arranjos de trabalho flexível atual estão em linha com suas conveniências.
De fato, apenas 25% das empresas parecem ter adotado práticas de trabalho verdadeiramente “totalmente flexíveis” – com a maioria dos profissionais a afirmar que a sua empresa é “parcialmente” flexível (50%), ou que “mudam as regras” em torno da flexibilidade “frequentemente” (25%).
As conclusões são de uma pesquisa recente conduzida pela consultoria global de recrutamento Robert Walters com 900 profissionais de diferentes áreas e setores.
François-Pierre Puech – Diretor da Robert Walters Brasil comenta:
“Essa pesquisa mostra que ainda estamos aprendendo como tirar o máximo proveito do ‘trabalho flexível’. Talvez a coisa mais alarmante das descobertas seja o quão pouco os funcionários estiveram envolvidos em ajudar a moldar a maneira como trabalham. À medida que a geração Z continuar a entrar na força de trabalho, veremos mais pressão aplicada às empresas para se tornarem ‘verdadeiramente flexíveis’ – e isso significa uma abordagem mais personalizada para cada indivíduo. Esses estilos de trabalho são praticados extensivamente em startups e estruturas planas, mas parece que em grandes organizações estamos nos apegando a práticas antigas e um tanto datadas.”
Flexível por acaso ou escolha
Quando questionados sobre qual abordagem seu empregador adotou ao adotar arranjos de trabalho flexíveis, a maioria (75%) afirmou que isso não foi “planejado”, mas mais uma “transição orgânica” pós-lockdown, quando o trabalho remoto foi uma exigência durante a pandemia.
De acordo com as descobertas de Robert Walters, não houve muita pesquisa ou estratégia por trás da abordagem das organizações ao trabalho flexível. De fato, 17% dos profissionais afirmam que seu empregador adotou uma abordagem “tamanho único”.
6% dos profissionais sentem que o seu empregador simplesmente imitou a estratégia de trabalho flexível dos seus concorrentes.
O que talvez seja mais preocupante é que 71% dos funcionários sentem que não houve nenhuma estratégia ou abordagem óbvia que sua empresa tenha demonstrado ao considerar que tipo de políticas de trabalho flexível funcionam melhor para seus funcionários.
François acrescenta: “O problema com a abordagem ‘tamanho único’ é que, em essência, ela se torna o novo 9-5 e derrota o propósito de ser ‘flexível’, ou seja, ser capaz de ser fluido e constantemente mudar/evoluir.”
Se os funcionários tivessem a opção
Os funcionários estão ansiosos para aumentar ainda mais a flexibilidade, além da atual configuração de horário híbrido e semi-flexível na maioria das empresas. As opções mais populares são:
- Trabalho 100% remoto (23%)
- Escolher a sua própria agenda (21%)
- Semana de 4 dias (11%)
- Trabalho híbrido (45%)