A expectativa para as intenções de contratação para o 1º Tri 2020 no Brasil ficou em +9%, com os dados ajustados pelas variações sazonais, mantendo-se estável em relação ao trimestre passado, de acordo com a última Pesquisa de Expectativa de Emprego ManpowerGroup. O indicador é a diferença entre o percentual de empregadores com expectativa de contratar, em relação ao percentual dos empregadores que pretendem reduzir o quadro de funcionários. A pesquisa incluiu 850 empregadores brasileiros e apontou que 16% dos empresários pretendem aumentar sua força de trabalho, 7% planejam reduzir a equipe e 75% não preveem mudanças para o período.
“A pesquisa sinaliza o melhor início de ano desde 2015 em termos de intenções de contratação. Os resultados apurados refletem a expectativa positiva gerada com o avanço na agenda das reformas propostas pelo governo e o cenário de maior estabilidade dos indicadores econômicos do país”, destaca Nilson Pereira, CEO do ManpowerGroup Brasil.
Comparativo por setores
A força de trabalho tem previsão de crescimento em todos os oito setores da indústria brasileira pesquisados para o período de janeiro a março de 2020. O ritmo de contratação mais forte foi apontado no setor de Agricultura, Pesca & Mineração, com uma Perspectiva Líquida de Emprego de +19% (a melhor dos últimos dois anos), crescimento de 6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e permanecendo relativamente estável em relação ao mesmo período do ano passado. O setor de Serviços teve uma expectativa de +16% (a melhor dos últimos 5 anos), aumentando 4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 9 pontos percentuais quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Outro setor com média maior do que o dado geral do Brasil é o de Finanças/Seguros & Imobiliário, com +13%, melhora de 3 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior e 4 pontos percentuais quando comparado com o 1º Tri 2019. Por outro lado, o ritmo mais fraco de contratação para o próximo trimestre é apontado em Administração Pública & Educação, com um indicador de +3%, queda de 5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado, respectivamente. Essa redução fez com que o setor apresentasse a expectativa mais fraca dos últimos 3 anos.
| Setores | Expectativa de Emprego | Evolução Trimestral | Evolução Anual |
| Agricultura, Pesca & Mineração | + 19% | + 6 pp | + 1 pp |
| Serviços | + 16% | +4 pp | +9 pp |
| Finanças/ Seguros & Imobiliário | + 13% | +3 pp | +4 pp |
| Construção | + 7 % | -5 pp | + 10 pp |
| Comércio Atacadista & Varejista | + 7% | – 2 pp | – 4 pp |
| Indústria | + 7% | -1 pp | -1 pp |
| Transporte & Serviços Públicos | + 5% | -4 pp | -3 pp |
| Administração Pública/Educação | + 3% | – 5 pp | – 5 pp |
Comparativo por Região
Empregadores das cinco regiões brasileiras pesquisadas esperam aumentar os níveis de contratação no próximo trimestre. O estado de Minas Gerais, com uma Perspectiva Líquida de Emprego de +14%, reporta o melhor ritmo de contratação regional, mesmo com uma leve redução em relação ao trimestre anterior – queda de 4 pontos percentuais, mas permanecendo relativamente estável (crescimento de 1 ponto percentual) comparado ao mesmo período do ano passado. Os empregadores do estado do Rio de Janeiro reportam os planos de contratação mais fortes dos últimos cinco anos, com uma perspectiva de +7%, crescimento de 2 pontos percentuais em relação ao 4º Tri 2019 e melhora de 10 pontos percentuais quando comparado com o mesmo período do ano passado. A cidade de São Paulo, com +6%, registrou queda de 2 pontos percentuais em relação ao 4º Tri 2019, mas se mantém estável comparado com o 1º Tri 2019.
| Regiões | Expectativa de Emprego | Evolução Trimestral | Evolução Anual |
| Estado de Minas Gerais | + 14% | – 4 pp | + 1 pp |
| Estado de São Paulo | + 10% | – 1 pp | 0 pp |
| Estado do Paraná | + 10% | + 2 pp | -2 pp |
| Estado do Rio de Janeiro | + 7% | + 2 pp | + 10 pp |
| Cidade de São Paulo | + 6 % | -2 pp | 0 pp |
Comparativo por porte de empresas
A pesquisa apresenta intenções positivas em três das quatro categorias por tamanho de organização para o próximo trimestre. O ritmo de contratação mais forte foi apresentado pelos empregadores de Grandes Empresas (mais de 250 funcionários) com uma Perspectiva Líquida de Emprego de +18%, apesar de uma redução de 7 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Enquanto isso, os empregadores das microempresas (menos de 10 profissionais) reportam um cenário de incerteza com uma expectativa negativa de -1%, mesmo indicador apresentado na pesquisa anterior.
| Tamanho de Empresas | Expectativa de Emprego | Evolução Trimestral | Evolução Anual |
| Grandes empresas | + 18% | – 7 pp | – 1 pp |
| Médias empresas | + 8% | – 1 pp | + 4 pp |
| Pequenas empresas | + 5% | + 5 pp | + 2 pp |
| Micro empresas | – 1 % | 0 pp | – 1 pp |
A pesquisa de Expectativas de Emprego da ManpowerGroup para o primeiro trimestre de 2020 foi realizada entre os dias 16 e 29 de outubro de 2019, entrevistando uma amostra significativa de empregadores em torno de 59.000 empresas privadas e organizações públicas em 43 países e territórios ao redor do mundo (850 no Brasil). O objetivo da pesquisa é medir as intenções dos empregadores em aumentar ou diminuir sua força de trabalho durante o próximo trimestre.
Todos os participantes responderam a mesma pergunta: “Qual a sua previsão de variação do número de colaboradores em seu local de trabalho nos próximos três meses, ou seja, até março de 2020, em comparação ao trimestre atual?” É a única pesquisa prospectiva desse jeito, inigualável em tamanho, escopo, longevidade e área de foco.
A pesquisa existe há mais de cinco décadas e é uma das mais confiáveis sobre atividade de emprego no mundo. É considerado um indicador econômico altamente respeitado. Observe que no segundo trimestre de 2008, a pesquisa adotou o modelo TRAMO-SEATS para ajuste sazonal de dados. Como resultado, você pode notar que alguns pontos de dados com ajuste sazonal mudam ligeiramente em relação aos relatórios anteriores. Este modelo é recomendado pelo departamento Eurostat da União Europeia e pelo Banco Central Europeu e é amplamente utilizado internacionalmente.
