Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em uma disputa apertada, que o coloca pela terceira vez no cargo de presidente da república. As propostas do presidente eleito miram no fortalecimento do Estado de bem-estar social e devem guinar a polícia econômica com investimentos no sentido de aumentar a proteção social
Como ficam os investimentos nesse novo cenário?
Para Samuel Torres, Consultor Financeiro da fintech Onze, o mandato de Lula pode ter impactos relevantes nos investidores, dependendo. O principal ponto de atenção está no ponto de vista fiscal, já que durante a campanha, Lula fez uma série de promessas que têm impacto direto nas contas públicas, como: manter o Auxílio Brasil em R$ 600, reajustar o salário mínimo acima da inflação e isentar o Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais.
“Para cumpri-las, Lula terá que revogar o “teto dos gastos”. Se isso de fato ocorrer e não for criada uma nova âncora fiscal que restrinja os gastos do governo, a principal consequência pode ser um nível de inflação mais alto nos próximos anos e, consequentemente, taxas de juros mais altas”, afirmou Torres.
O analista ressalta que o cenário favorece os investimentos em renda fixa e tende a prejudicar a renda variável, principalmente se as medidas do novo governo não fizerem o país retomar uma maior taxa de crescimento. Já em relação ao câmbio, com uma inflação mais alta, a tendência nesse cenário é o real se desvalorizar em relação ao dólar.
“Contudo, é importante entender que para implementar tais políticas, Lula depende de aprovação no Congresso, o que tende a ser bastante complicado em decorrência da composição do Legislativo após as eleições de 2022”, finaliza Torres.