O impacto do networking na carreira profissional
Da redação @MundoRH
Aqui estou eu, mergulhado até o pescoço no mar turbulento do ambiente corporativo, onde a correnteza do networking parece arrastar todos à minha volta, menos eu. Com uma caneta na mão e um olhar perdido no horizonte de minha mesa de trabalho, começo a perceber que navegar sozinho nesse oceano pode não ser a bravura que eu imaginava, mas sim uma temeridade.
Desde o início da minha carreira, sempre acreditei na máxima de que o trabalho duro e a competência seriam os únicos instrumentos necessários para a ascensão profissional. “Para que gastar tempo em conversas fiadas e reuniões intermináveis se posso mostrar meu valor através de resultados?”, pensava eu. Ah, a ingenuidade dos primeiros anos!
À medida que os ciclos no calendário se sucediam, comecei a notar um padrão intrigante: colegas com performances questionáveis, mas com uma rede de contatos invejável, escalavam posições com a facilidade de quem sobe um lance de escadas. Enquanto isso, eu, com minhas entregas impecáveis e noites insones dedicadas ao trabalho, parecia estar preso no mesmo degrau.
A verdade, que demorei a aceitar, é que o networking no ambiente corporativo é tão vital quanto a própria competência. Ignorar isso é como tentar navegar sem bússola: você pode até se mover, mas dificilmente chegará aonde deseja. A ausência de uma rede de contatos não é apenas um risco; é uma sentença de estagnação.
Percebi, com um misto de admiração e relutância, que o sucesso profissional também é construído nos corredores, cafés e eventos da empresa. São nesses espaços que se formam as alianças, nascem as oportunidades e se tecem os fios invisíveis que podem puxar alguém para o próximo patamar.
A ironia é que, ao negligenciar o networking, não somente me isolei das possibilidades de crescimento, mas também da rica troca de experiências e do suporte mútuo que uma rede de contatos pode oferecer. O isolamento profissional é um luxo que ninguém pode se dar ao luxo de ter, especialmente em um mundo que valoriza cada vez mais a colaboração e a interconexão.
Hoje, com a sabedoria adquirida através da observação e da autoavaliação, entendo que o perigo da ausência de networking é sutil, mas devastador. É um erro que se infiltra silenciosamente, minando oportunidades e blindando o profissional contra as possibilidades de evolução.
Assim, enquanto dou meus primeiros passos tímidos rumo ao desconhecido território do networking, faço-o com a consciência de que, neste vasto oceano corporativo, ninguém é uma ilha. Estamos todos conectados por correntes invisíveis de oportunidades e crescimento. Ignorá-las é arriscar-se a ficar à deriva, enquanto o navio do progresso profissional navega para longe, levando consigo aqueles que compreenderam a importância de estabelecer conexões.
E então, com uma determinação renovada, ergo a vela de minha embarcação solitária, pronto para me unir à frota. Porque, no final das contas, o verdadeiro perigo não está na tempestade, mas em enfrentá-la sozinho.