Do lado das empresas, esse desafio também tem o seu lugar. São 45 milhões de mulheres no mercado e apenas 20% em cargos de gestão. No relatório feito pelo Fórum Econômico Mundial o Brasil está no 130º lugar, entre 153 países, no ranking de equidade salarial. O número é ainda menor no levantamento feito pela consultoria de marketing digital TRIWI, que aponta que embora 61% das mulheres tenham concluído o nível superior, 32% das empresas têm apenas 10% de colaboradoras em cargos de liderança.
Ainda sobre estudos, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que as mulheres se preparam mais para a carreira. Considerando adultos com mais de 25 anos, 23,5% do gênero feminino possuem ensino superior enquanto no masculino são 20,7%. Também lideramos as pós-graduações. A consultoria Expertise Educação concluiu um estudo o qual aponta que 56% são alunas, entre 25 e 34 anos, em pós-graduação na área de administração e negócios.
Acredito que um fator chave faz a diferença para aquelas que conseguem conciliar com sucesso: a rede de apoio. Ter uma rede de apoio consistente faz toda a diferença, tanto em casa como no escritório. Ter uma equipe de confiança, que se ajuda, trabalha realmente unida, que se tiver uma emergência você pode sair tranquila que o time dá continuidade. Da mesma forma em casa. Sair para trabalhar e saber que os filhos ficarão bem. Que se você atrasar alguém vai pegá-los na escola, no futebol, dar o jantar, o banho, enfim, que estarão amparados sempre que necessário.
A responsabilidade sobre a casa e a família ainda é majoritariamente das mulheres. E, como temos acompanhado, a pandemia escancarou isso. Uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) no terceiro trimestre do ano passado mostrou que a participação das mulheres no mercado é a menor em 30 anos. Apenas 45,8% estavam trabalhando nesse período. Até então o menor nível tinha sido em 1990, com 44,2%.
Sem rede de apoio ou uma divisão igualitária das tarefas em casa, a mulher se percebe ainda mais sobrecarregada. Atuar em uma empresa que valoriza as pessoas, entende as dificuldades e está disposta a contribuir para melhorar as condições de trabalho, especialmente em um momento tão atípico, faz a diferença para as profissionais.
Com uma rede de apoio bem estabelecida, as mulheres podem se empoderar das características que as diferenciam para dar luz a seu papel e realizar o trabalho com segurança e dedicação. Embora todos tenhamos características únicas, o cuidado e a sensibilidade fazem a diferença na liderança, especialmente ao enfrentar situações inusitadas.
Aproveitar as nossas características inerentes do gênero, com o cuidado de não nos rotular, deixa o ambiente mais leve e produtivo. Valorizar o que temos de melhor e enfrentar as vulnerabilidades de forma franca.
Na Vedacit, assumimos o compromisso de ter em cargos de liderança, pelo menos, 50% de mulheres até 2025. Faz parte de nossas metas de sustentabilidade em Diversidade e Igualdade de Oportunidades. Evidenciar talentos, respeitar as diferenças e valorizar o que é único em cada um será fundamental para atingirmos esta meta.
Como executiva à frente da área de Gente e Gestão e mãe gosto de compartilhar minha experiência e incentivar conversas francas sobre as necessidades e oportunidades das colaboradoras. Juntas, dividindo as particularidades de nossas rotinas, olhamos com outra perspectiva e buscamos soluções em conjunto.
Elizabeth Rodrigues é executiva de Gente e Gestão da Vedacit. Líder de Recursos Humanos há mais de 10 anos, possui vasta experiência em projetos de desenvolvimento organizacional, cultura e transformação. Elizabeth é graduada em Psicologia, com pós em Administração, MBA Executivo pela BSP (Business School São Paulo) e especialização pela FDC, com formação em Coaching e Gestão de Mudança. Desenvolveu carreira em multinacionais como DHL, Yazaki, CHR Hansen, entre outras. É apaixonada por transformação e gente, num constante processo de aprender, desaprender e reaprender.