Segundo a mentora de líderes Antonella Satyro, uma liderança que coloca o ser humano em primeiro lugar contribui para colaboradores mais engajados, felizes e produtivos, e, consequentemente, para empresas com lucro sustentável a longo prazo.
Para muitos profissionais em posições diretivas e gerenciais, a liderança está intrinsecamente ligada ao exercício do poder e da autoridade. Nesse contexto, aquele que lidera jamais pode perder o comando e o controle sobre seus liderados, custe o que custar. Contudo, para a CEO da universidade e escola corporativa do futuro Líderes que Curam, mentora, palestrante, LinkedIn Top Voice e autora do livro “Líderes que Curam – Construa sua liderança do futuro com uma equipe motivada, engajada e de melhor performance”, Antonella Satyro, essa perspectiva sobre liderança não poderia estar mais equivocada e descompassada com os valores atuais exigidos para que empresas de todos os segmentos e tamanhos sejam bem-sucedidas em um mercado competitivo.
Isso porque, explica Antonella, essa visão de liderança ignora a importância das chamadas soft skills (habilidades socioemocionais e comportamentais) no ambiente de trabalho e na sociedade em geral, especialmente em um mundo cada vez mais globalizado e tecnológico. “Essas habilidades desempenham um papel crucial no estabelecimento de relacionamentos saudáveis, na liderança eficaz, na resolução de problemas complexos e na promoção do bem-estar geral”, afirma.
A lista de habilidades socioemocionais e comportamentais, conforme Antonella, inclui: inteligência emocional, que envolve a capacidade de sentir empatia; comunicação eficaz, com ênfase na escuta ativa; trabalho em equipe e colaboração, que requer habilidades como negociação e liderança; pensamento crítico, que envolve competências de análise, pensamento estratégico e resolução de problemas; e adaptabilidade e flexibilidade, que englobam o aprendizado contínuo, a resiliência e a abertura à inovação.
Munidos dessas habilidades e buscando aprimorá-las constantemente, os líderes praticam um tipo de liderança que Antonella chama de humanizada. Essa liderança é assim denominada porque se fundamenta nas habilidades humanas e tem como principal preocupação o ser humano. “Liderança não é sobre ego ou poder, mas sim sobre ajudar as pessoas a se desenvolverem, utilizando as melhores ferramentas disponíveis: seja por meio de habilidades humanas e frameworks, seja por meio de exercícios e feedbacks construtivos, mas sempre colocando o ser humano em primeiro lugar”, destaca.
A liderança humanizada, segundo a mentora de líderes, é servidora, ou seja, coloca o bem-estar e o crescimento dos liderados como prioridade. “Ao contrário de abordagens mais tradicionais, que se concentram no poder e na autoridade do líder, a liderança servidora se baseia na ideia de servir ao outro e ajudá-lo a alcançar seu pleno potencial”, explica. Isso não significa, ressalta Antonella, que o líder servidor seja subserviente ou passivo. “Muito pelo contrário, ele continua se responsabilizando por suas decisões e pelo time, com uma abordagem fundamentada na ideia de servir e capacitar aqueles que lidera”, complementa.
Outra característica importante da liderança humanizada é seu caráter transformacional, pautado pela capacidade de inspirar e motivar as pessoas a alcançarem resultados extraordinários e promoverem mudanças positivas em suas vidas e no ambiente de trabalho. “Ao contrário de outros estilos de liderança mais transacionais, que se concentram principalmente em tarefas e recompensas, a liderança transformacional busca elevar a visão e os valores dos liderados, despertando seu potencial máximo e estimulando o crescimento pessoal e profissional”, afirma.
Em suma, a liderança humanizada é pensada tendo o colaborador como prioridade. Ao fazer isso, destaca Antonella, contribui não apenas para o desenvolvimento individual (pessoal e profissional), mas também para o crescimento da empresa. “Ao adotar essa abordagem humanizada, caracterizada pela orientação, apoio e oferecimento de oportunidades para descobrir habilidades latentes, incentivar seu desenvolvimento e empoderar os liderados, os líderes criam um ambiente de trabalho que promove a colaboração e contribui para o sucesso coletivo da equipe. Temos dados científicos de Harvard, da Universidade da Califórnia e, aqui no Brasil, já contamos com pesquisas da Humanizadas que mostram que organizações que praticam a liderança humanizada possuem rentabilidade 4,81 vezes superior à do mercado”, afirma.
A mentora de líderes enfatiza que, ao reconhecer a singularidade de cada pessoa e ajudar a desenvolver suas habilidades, o líder faz toda a diferença no desempenho individual e no alcance dos objetivos organizacionais. Por fim, Antonella destaca que a liderança humanizada é o caminho para que as empresas se tornem mais felizes e engajadas e, consequentemente, obtenham resultados muito mais positivos para seus colaboradores e lucro sustentável a longo prazo.