Julian Birkinshaw, Amy Edmondson, Lars Faeste, Deli Matsuo encerram o HSM Summit Leadership & Innovation
Julian Birkinshaw, professor e diretor de estratégia e empreendedorismo na London Business School iniciou o segundo dia de evento do HSM Summit 2017 mencionando que as pessoas estão cada vez mais inteligentes. Porém, existe uma sobrecarga de informações que pode levar a uma paralisia analítica, perda de compreensão contextual e foco.
O professor explica que na era industrial, o líder de uma empresa usava um modelo organizacional burocrático, com regras controladas e que nos dias de hoje, se vive na era da informação, com um modelo mais meritocrático, onde é necessário ser inteligente e especialista na área. Birkinshaw defende que para os próximos anos será necessário usar a informação com mais inteligência, o que vai além de coletar somente dados. “O problema é que ficamos tão obcecados que acabamos perdendo o foco e corremos o risco de ter o que chamo de uma paralisia da decisão”, comenta.
O futuro do modelo de negócio mais adequado será a “Adhocracia”, que entra no que ele chama de “era ágil”, onde a ênfase está na tomada de decisões rápidas, na experimentação e principalmente na convicção emocional. “Nessa futura era, o líder precisará habilitar as pessoas dando a direção e autonomia. Mas ela também poderá gerar um caos se não for bem aplicada. O ideal é que as empresas busquem a resolução dos seus problemas baseando-se em conhecimento”, finaliza.
Amy C. Edmondson, professora de liderança e gestão da Harvard Business School, iniciou a segunda apresentação dessa manhã mostrando que estamos em um mundo que ela chama de VUCA, ou seja, volátil, incerto, complexo e ambíguo. E como é possível prosperar nesse mundo? De acordo com a acadêmica, é necessário ter rapidez na resolução dos problemas, confiar e integrar mercados, inovar, diversificar e ter um teaming multidisciplinar.
E o que é um Teaming? Edmondson, menciona que um teaming é necessário quando o trabalho é complexo e imprevisível. “ A ênfase tem que ser no trabalho da equipe e não na estrutura dela. São profissionais diferentes, com especialidades em áreas distintas, que quando se unem, se esforçam pelo mesmo objetivo, o sucesso ou a resolução de u problema”, comenta.
No mundo VUCA, um líder tem que ter expertise, porém isso não basta. É necessário que ele tenha três competências essenciais: contextualizar o desafio, promover o fracasso inteligente e criar segurança psicológica para a equipe. “Minha receita para o sucesso é almejar alto, juntar forças e cooperar, saber fracassar bem, aprender depressa e sempre repetir”, finaliza Amy.
Lars Faeste, líder global do BCG abriu sua palestra da tarde desta quarta-feira (17) levantando uma questão positiva para as empresas, mencionou que mesmo com todas as dificuldades do mercado, é possível ter um grande desempenho, e isso se dá por meio de transformação, que vai além de redução de custos. Envolve corrigir o curso e melhorias de curto prazo.
O executivo pontua que para se obter uma grande transformação na empresa são necessários três componentes: 1 – Financiar jornadas; 2 – Vencer no médio prazo, prestando atenção em dois importantes pontos: a inovação e modelo de negócios e principalmente a transformação digital, que de acordo com o executivo, é preciso refazer a jornada do consumidor e organizar a empresa em torno disso; 3 – Organizar-se para ter um desempenho sustentável, ou seja, como fazer para que as pessoas embarquem nessas ideias.
Para Faeste, essas transformações só são possíveis, quando há uma liderança direta, que define a visão, as prioridades estratégicas e que mantem os funcionários responsáveis pelos resultados e, a liderança inclusiva, que envolve os funcionários, capacita equipes e procura ativamente feedbacks.
Finalizando o evento, Deli Matsuo, fundador e CEO da Appus, que liderou áreas de Recursos Humanos do Google e do Grupo RBS, começou sua palestra falando que vivemos num mundo de Big Data e que o grande problema das áreas de recursos humanos nas empresas será a tecnologia digital. Ele ressaltou que hoje os funcionários esperam que as empresas compreendam suas necessidades.
O executivo menciona ainda que em um velho mundo, os sistemas são feitos somente com o intuito de registrar uma transação e que no novo mundo a inteligência artificial dominará o RH das empresas, tornando as informações integradas, o que possibilitará que se tenha uma visão completa de todo o processo desde o início da contratação do funcionário até a sua promoção.
“Vamos ver as empresas gerando uma quantidade absurda de dados e a maioria delas não saberá o que fazer com eles, se não aprenderem a usar. Os talentos vão ser muito mais bem distribuído entre grandes e pequenas empresas, porque as pessoas vão querer escolher os ambientes em que vão trabalhar e a inteligência artificial vai ajudar o candidato a escolher a empresa, e não o contrário”, e finaliza, “apesar de todo o cenário de desastre, a tecnologia vai transformar os negócios e a qualidade de vida”.