Por Leonel Oliveira, diretor geral da Nutanix no Brasil
Acredito que bem poucos saíram ilesos da pandemia. Os gestores foram bastante impactados e, atualmente, buscam uma forma de liderar mais humanizada e com propósito. Parte dessa mudança aconteceu no formato de trabalho, com o conceito de anywhere office, e com a flexibilização da carga horária e agenda de atividades. Entre tantas alterações o que se manteve inabalável foi o fato de que as organizações continuam sendo sistemas e continuam sendo formadas por pessoas, extrapolando os organogramas.
Do trabalho baseado em projetos a uma hierarquia horizontal ou a própria inexistência dela, o modelo de trabalho e a gestão de pessoas estão evoluindo para um caminho de adição de valor – mesmo em meio a tantas incertezas. Estamos cada vez mais promovendo experimentações e ousadias nos ambientes organizacionais.
Algumas tendências em relação às relações profissionais e humanas que já estavam em ebulição, simplesmente foram antecipadas com o COVID-19. A busca por trabalho remoto ou híbrido, com carga horária flexível, a preocupação com qualidade de vida, saúde mental e bem-estar, já eram demandas principalmente das gerações Y e Z, mesmo antes da pandemia, pois esse público já se mostrava estressado e oprimido em relação ao estilo de liderança tradicional.
Mesmo quando a pandemia terminar, vejo muita importância no líder continuar a compartilhar com sua equipe informações pessoais, demonstrar suas fraquezas e vulnerabilidades, tornando as relações mais próximas e humanas. Uma forma de demonstrar empatia é adotar uma liderança consultiva. Costumo consultar com frequência todos os membros da minha equipe, peço ideias de melhorias e opiniões sobre as questões que os afetam positivamente e negativamente. Esse tipo de comportamento tem se mostrado encorajador e estimulante no suporte à equipe.
Mais do que nunca, o mundo está ancorado na tecnologia e ela existe principalmente para capacitar as pessoas. E, nesse sentido, reforço que o que realmente importa são as pessoas. Pois, uma organização é projetada para organizar as pessoas, seu trabalho e seus esforços e, durante a pandemia, assistimos muitas empresas fecharem suas portas e falirem, mas em contrapartida, muitas foram e estão sendo bem-sucedidas nesses últimos dois anos. Vejo que o fruto desse sucesso está na forma de gestão de pessoas, com organizações implantando, organizando, encantando e inspirando seus colaboradores. Portanto, com ou sem pandemia, estamos em constante movimento e, por isso, precisamos aprender a aprender como líderes, como indivíduos e como organizações.