Sou um entusiasta em gente, inovação, em geração de valor, em experimentar novas experiências. Escrevi muitos artigos, e grande parte deles trato deste mundo de mudanças profundas e constantes que vivemos.
Grande parte das mudanças é impulsionada pela transformação dos hábitos dos consumidores e “catapultadas” pela evolução da tecnologia … e que evolução … e quem faz as tecnologias são pessoas, logo quem está evoluindo neste sentido, são as pessoas e sem muito escolha as áreas de RH já deveriam ter evoluído por consequência.
Diante deste contexto, venho constantemente sendo convidado a palestrar, debater e escrever sobre o FUTURO DO TRABALHO, o papel das áreas de negócios e dos profissionais no apoio da estratégia das organizações, mas principalmente como fica e ficará gestão de carreiras e o desafio de ser líder neste contexto.
Por tudo isso, que resolvi dar desta coluna com uma frase que li no maravilhoso livro “What to do when machines do everything”, dos renomados Malcolm Frank, Paul Roehrig e Ben Pring.
E é bem isso mesmo, goste ou não, isso está acontecendo, o mundo se transforma, e escolher não se movimentar e experimentar o novo, é escolher se distanciar não do futuro e sim do presente … o PRESENTE DO TRABALHO. E acreditem têm colegas que estão escolhendo ficar distante do presente, e vocês podem imaginar o impacto desta escolha na vida e carreira deles?
A grande maioria de nós trabalhou em modelos de organizações baseados em princípios, processos, métodos e regras alicerçadas no passado. Isso não é uma crítica, é apenas uma constatação, e leva o mindset das pessoas a também ficar no passado. Entretanto, a “cabeça” dos consumidores, que acredito ser um dos principais motivos da existência das organizações, pois reflete seus desejos, mudou muito e exige urgentemente que as empresas adotem novos modelos de atendimento de suas expectativas.
Isso faz com que surja a exigência de novos perfis de profissionais com novos conhecimentos e principalmente comportamentos. Estes novos perfis profissionais solicitam das empresas coisas novas, condições de trabalho diferentes, novas expectativas do papel do líder, diferentes regras e benefícios, formas de remuneração / reconhecimento inovadoras etc. Like it or not, this is hapenning!!!
E vocês como estão se movimentando diante de tudo isso? Estão se preparando para este futuro presente (olhando como profissionais, empresas ou empresários)? Estão ampliando seus conhecimentos e revendo os seus perfis? O futuro já chegou e não dá mais para, por exemplo, não acreditar na economia colaborativa … não dá para deixar de estimular o aprendizado por erros … não dá para trabalhar em empresas altamente hierarquizadas onde as ideias não são valorizadas … a mudança não está vindo só das coisas certas, mas de certas coisas, e principalmente das pessoas e por isso a gestão das culturas organizacionais nunca esteve tão presente nas agendas dos RHs, CEOs, Conselheiros e dos próprios acionistas.
As culturas organizacionais que respeitam estas mudanças de mundo é quem dirá se as empresas são ou serão únicas e vencedoras.
Tenho visto muitos profissionais e empresas se preocuparem e se movimentarem muito em torno da TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, e tenho fortes crenças que tudo aquilo que não se digitalizar terá o seu valor ampliado, e por isso serão o foco do trabalho dos líderes e da área de RECURSOS HUMANOS, provocando ambos para executar um novo papel. Por exemplo, a criatividade, as emoções, as relações, o ambiente … o SER humano não será digitalizado, e por isso, geri-los será a missão dos líderes e das equipes de RHs.
Esse novo papel acima citado, que vai “cuidar” de temas que não serão digitalizados, vai ajudar as organizações e líderes a trabalharem entre a régua da performance humana, que por sua vez fica entre o mínimo necessário e o máximo possível. O segredo para estar mais perto do máximo possível, é sem dúvidas se aproximar das PESSOAS … seja para entender o “oculto do aparente”, seja para entender e tratar por meio do diálogo as expectativas das pessoas, e com isso estimular o engajamento do esforço voluntário.
“Num mundo digital o segredo vai ser estar mais próximo dos SERES humanos”.
Ser líder neste novo mundo, passa por conhecer as pessoas e deixar ser conhecido profundamente pelas pessoas (suas histórias, sua família, seu dia a dia …), e com isso inspirá-las. Isso dá trabalho!!! Se as pessoas não sabem quem você é, você não sabe quem elas são, ambos lados vão inventar uma falsa impressão.
“Liderar é representar e representar é conhecer. Liderança representa as pessoas”.
Finalizo a minha coluna reforçando que o futuro das organizações já é o nosso presente, com isso não temos mais tempos de continuar parados, temos que nos movimentar. A mudança significativa virá de darmos mais tempos para dialogar com pessoas e não se distanciar delas. A grande mudança vai vir da nossa presença de SER humano. Pratique o SER que fará a diferença, para você, para as pessoas e para a sua empresa.
Por Gustavo Mançanares Leme – Executivo de RH com experiências em processos de transformações culturais e turn around de negócios. Estrategista e especialista em práticas de excelência em desenvolvimento e performance organizacional.