O estudo realizado pela Robert Half, consultoria global de recrutamento especializado, em parceria com a Fundação Dom Cabral, escola de negócios, indicou que apenas 46% dos executivos brasileiros estão completamente confiantes e certos da aptidão dos seus times de liderança para percorrer as novas prioridades de negócio. O levantamento contou com a participação de 300 executivos C-Level, igualmente distribuídos entre CIOs, CFOs e General Managers (GMs), entrevistados entre março e abril de 2021.
“O cenário instável que estamos vivendo naturalmente provoca a reflexão sobre o quão preparados estão os líderes para lidar com os desafios e estratégias de negócios da companhia. Neste momento, é fundamental que executivos do alto escalão repensem se contam, de fato, com os recursos adequados para atingir as metas de curto, médio e longo prazo, além de ter a clareza do perfil de liderança que desejam contratar, seja para expansão do negócio ou substituição de profissionais”, diz Mário Custódio, Diretor da área de Executive Search da Robert Half.
De acordo com a pesquisa, as empresas de grande porte e de capital aberto são as mais seguras, com 58% dos executivos demonstrando alta confiança em seus times de liderança. Por outro lado, as companhias de pequeno porte indicam mais confiança no curto-prazo, porém insegurança em relação ao longo (40%).
É possível observar que os níveis de confiança são, de forma geral, similares para os diferentes públicos C-level, sendo que os GMs representam o grupo mais confiante, e os CFOs, o mais inseguro.
CIOs | CFOs | GMs | |
Pouco ou nada confiante | 28% | 25% | 25% |
Confiante no curto-prazo, porém inseguro no longo | 27% | 37% | 19% |
Muito confiante | 45% | 37% | 56% |
“Estamos desbravando uma nova economia, com novas formas de trabalho e consumo, sendo fundamental a redefinição de estratégias de atração e retenção de talentos que sejam mais adequadas a este novo contexto. Como já observado em outras situações, os gerentes gerais tendem a ser mais confiantes do que outros executivos do alto escalão que têm um olhar mais operacional dos desafios, como os CFOs”, observa Paul Ferreira, professor de gestão estratégica e diretor do Centro de Liderança da FDC. “Este é um exemplo claro do que Daniel Kahneman descreve como “noise” no seu próximo livro (Noise: A Flaw in Human Judgment), ou seja, a variabilidade em julgamentos que devem ser parecidos. Essa divergência exige um olhar mais atento sobre o alinhamento interno e a identificação clara das áreas problemáticas para minimizar o “noise” e garantir que os recursos tenham o máximo impacto nos resultados de negócios”, completa.