Declaração de Zuckerberg reacende debate sobre equidade de gênero, enquanto estudos destacam os resultados superiores alcançados por empresas com lideranças femininas e maior diversidade organizacional.
Recentemente, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, reacendeu um debate antigo com uma declaração polêmica durante um podcast. Para o executivo, as empresas precisam de mais “energia masculina” para alcançar melhores resultados, associando características como agressividade e competição à cultura corporativa de sucesso. A fala não passou despercebida, gerando uma onda de críticas e reflexões sobre equidade de gênero no mercado de trabalho.
Dados que contrariam o estereótipo
No Brasil, pesquisas recentes oferecem uma perspectiva que contraria a ideia de que traços tradicionalmente associados ao masculino são indispensáveis para o sucesso corporativo. Um relatório da Bloomberg Intelligence apontou que empresas com maior presença de mulheres em conselhos corporativos entregam retornos financeiros mais altos e enfrentam menor volatilidade em mercados emergentes. Paralelamente, um estudo da FIA Business School revelou que lideranças femininas são mais bem avaliadas pelos colaboradores: 79% dos funcionários afirmaram confiar mais em suas CEOs mulheres do que em homens na mesma posição.
Esses dados evidenciam que a promoção da diversidade de gênero não apenas atende demandas éticas e sociais, mas também gera impactos financeiros concretos e melhora a percepção interna das equipes.
Energia masculina ou ambientes inclusivos?
A declaração de Zuckerberg levanta uma questão crucial: será que o mercado corporativo realmente precisa de mais “energia masculina”, ou seria mais eficaz investir em ambientes inclusivos e diversos? Afinal, as evidências mostram que lideranças femininas não apenas entregam resultados, mas também contribuem para uma cultura organizacional mais equilibrada e eficiente.
Para Suzie Clavery, CHRO Latam da TotalPass, uma das principais soluções de saúde e bem-estar corporativo do Brasil, a resposta é clara. “Nós já sabemos, e temos provas recorrentes, de que gerar oportunidades igualitárias, estimular a diversidade e criar espaços de evolução para mulheres não só transforma realidades, como gera resultados”, afirma a executiva.
Um novo paradigma para liderança
A declaração de Zuckerberg nos desafia a repensar os paradigmas da liderança corporativa. A competitividade e a agressividade, muitas vezes associadas à “energia masculina”, têm seu valor em determinadas situações, mas não são, e não deveriam ser, a única receita para o sucesso. Ao contrário, empresas que abraçam lideranças diversas e inclusivas conseguem resultados mais sustentáveis e inovadores.
O mercado corporativo de hoje exige não apenas competências técnicas, mas também visão estratégica, empatia e capacidade de adaptação. Nesse cenário, a equidade de gênero deixa de ser um debate moral e se torna um imperativo para a sobrevivência e o crescimento das organizações.
Afinal, o futuro das empresas não está em mais energia masculina, mas em uma energia coletiva, diversa e transformadora.