O ano de 2024 provavelmente trará muitas oportunidades para quem busca iniciar uma jornada empreendedora
Apesar de não ser fácil de prever, a economia brasileira apresenta uma tendência positiva de crescimento para o novo ano.
As previsões do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) apontam uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 2,0% em 2024, enquanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta um crescimento de 1,5 a 1,7%.
Segundo o professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Edson Barbero, não faltarão, também, diversos riscos para os empreendedores (políticas fiscais, tendência dos juros e inflação; e eventuais fatores externos como as eleições nos EUA, as relações com a China e a crise econômica da Argentina), mas a tendência é positiva, de otimismo com moderação.
“Provavelmente haverá crescimento econômico, impulsionado pelo consumo das famílias, transferências governamentais de renda, aumento de salário-mínimo e programas sociais, dadas as tendências mais desenvolvimentistas do governo atual. No entanto, como tem ocorrido há décadas, a indústria manufatureira enfrentará desafios, devido a fatores ainda não solucionados como baixos investimentos em infraestrutura e carências educacionais e tecnológicas que nos afetam”, afirma o especialista.
ONDE EMPREENDER?
Segundo o professor da FECAP, alguns setores podem ser particularmente interessantes para se empreender em 2024, a depender da capacidade de investimentos e técnica das pessoas envolvidas.
Tecnologia da Informação: a TI continua sendo uma aposta interessante, apesar da queda recente das startups tech. Com a crescente digitalização da economia, há oportunidades em áreas tais como inteligência artificial, internet das coisas, aplicativos e soluções para aumento da eficiência em empresas e governos.
Saúde: a saúde é um outro campo promissor. A pandemia trouxe uma conscientização sobre a importância dos cuidados pessoais (inclusive mentais). Investir em negócios relacionados à saúde, como telemedicina, nutrição, atividades físicas e produtos voltados para o autocuidado parece atraente.
Meio Ambiente e Sustentabilidade: a preocupação com o meio ambiente e a responsabilidade social pode também ser considerada um terceiro setor com oportunidades acima da média. Com a sigla ESG ainda chamando muita a atenção dos decisores empresariais, investir em soluções social e ecologicamente conscientes, como energia renovável, economia circular, produtos recicláveis, governança corporativa e projetos sociais, pode ser uma forma de atender às demandas B2B do mercado atual. Há, neste campo, espaço para consultorias, softwares, educação etc.
Barbero finaliza afirmando que antes de iniciar qualquer empreendimento, é crucial entender o mercado no qual se pretende atuar. “É importante que o futuro empreendedor estude com empatia e densidade as demandas não atendidas pelos concorrentes, que analise a concorrência com detalhes e que conheça o público-alvo”, conclui.
O especialista: vindo de família empreendedora, o professor Edson é Doutor e Mestre em Administração pela Universidade de São Paulo, além de engenheiro pela mesma instituição. Também tem passagens pela University of La Verne e foi aluno do Babson College, tida como a mais importante instituição de ensino de empreendedorismo do mundo. Antes de enfatizar seu lado acadêmico, foi empreendedor e gerente de empresas. Prestou serviços para inúmeras empresas nacionais e internacionais (Sap, Samsung, Itaú, Sorridents, Microsoft, Atlas Schindler, Google, LG, entre muitas outras).