Doutor em psicologia destaca a importância de reconhecer sinais de relações abusivas e valorizar o amor-próprio antes de insistir em um namoro sem afeto e respeito.
Em uma data marcada por declarações românticas, flores, jantares à luz de velas e promessas de amor eterno, o Dia dos Namorados também pode ser um momento de reflexão – especialmente para quem está em um relacionamento que mais machuca do que acolhe. Segundo o psicólogo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, é preciso reforçar: é melhor estar só do que mal acompanhado.
“Aquela velha frase faz todo sentido quando falamos de relações tóxicas. Um relacionamento que não é saudável não soma à vida da pessoa – ele corrói a autoestima e pode desencadear sérias consequências emocionais”, afirma Suassuna, que coordena programas de pós-graduação voltados à formação de psicólogos clínicos.
De acordo com o especialista, antes de buscar agradar o outro, é essencial reconhecer o próprio valor. “O primeiro amor que merece ser celebrado no Dia dos Namorados é o amor-próprio. Estar solteiro não precisa ser sinônimo de solidão. A data pode ser uma oportunidade para se cuidar, pedir um prato favorito, marcar uma massagem, sair com amigos ou simplesmente descansar – tudo o que reafirme o carinho por si mesmo”, orienta.
Relacionamento tóxico: quando o romance se transforma em prisão emocional
Nem sempre é fácil perceber os sinais de um relacionamento tóxico, mas eles estão ali – e, muitas vezes, se tornam mais visíveis em datas comemorativas. “O parceiro controlador, que faz críticas constantes, manipula decisões ou cria chantagens emocionais, costuma minar pouco a pouco a autoestima do outro. O que deveria ser uma parceria se transforma em uma fonte constante de desgaste, ansiedade, tristeza e até depressão”, alerta o psicólogo.
Além dos impactos emocionais, Suassuna destaca que há relações em que o controle evolui para a violência física. “Nesses casos, o alerta é máximo. A recomendação é romper imediatamente e buscar apoio, tanto psicológico quanto jurídico. A preservação da integridade física e mental precisa ser prioridade absoluta.”
Relações saudáveis têm diálogo, respeito e leveza
Para o especialista, um relacionamento saudável não exige sofrimento. Pelo contrário, é construído com base no respeito, na escuta e na confiança. “Uma relação que vale ser celebrada no Dia dos Namorados é aquela em que ambos se sentem livres, seguros e valorizados. Onde há espaço para o crescimento individual e conjunto, sem culpa ou cobranças abusivas.”
Caso contrário, o conselho é claro: valorize a própria companhia e celebre a si mesmo. “Namorar é bom, mas viver com dignidade emocional é melhor. Se não houver leveza e apoio mútuo, o mais saudável é reconhecer o fim e buscar novos caminhos – inclusive para dentro de si”, conclui Suassuna.
Autocuidado também é uma forma de amor
Neste Dia dos Namorados, o recado é direto: não aceite menos do que o amor merece ser. Seja a dois ou consigo mesmo, o importante é que exista respeito, liberdade e bem-estar. Afinal, o amor mais duradouro e transformador é aquele que começa por dentro.