Diante da pandemia de COVID-19 que atingiu o mundo todo, novos hábitos pautaram as exigências do mercado, dos clientes e dos colaboradores de empresas de todos os segmentos, classificando alguns fatores — que antes eram uma tendência para o futuro — como imprescindíveis do dia para noite.
Por um lado, muitas marcas se reinventaram em questão de semanas e aceleraram a transformação digital de suas operações. Por outro, fatores como a saúde e a segurança passaram a ser fundamentais dentro e fora do ambiente de trabalho. O distanciamento social, estabelecido pela OMS para conter a proliferação do vírus, foi um dos responsáveis por essa mudança acelerada, no qual atividades do dia a dia foram modificadas e novas práticas adotadas para evitar, ao máximo, o contato com objetos e pessoas. Agora, estar pronto para atender às diversas demandas de forma ágil, e também segura e higiênica, é essencial para qualquer empresa.
A adoção do home office, por exemplo, foi uma alternativa que muitas organizações encontraram no controle da pandemia e exigiu adequação da maioria dos setores. A prática gerou uma reflexão em muitas empresas que entenderam como adaptar os seus serviços e otimizar as atividades remotas, uma tendência que deve permanecer nesta nova realidade.
Segundo uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Robert Half, mesmo com o fim pandemia do novo coronavírus, 86% dos brasileiros alegam que querem continuar trabalhando em casa (o levantamento ouviu 800 pessoas de todo o país). Mais do que criar um produto de qualidade, o mundo corporativo se deparou diante de algo essencial: criar ou reforçar um ambiente de confiança e transparência também nas relações internas de trabalho.
Novos recursos são as novas prioridades
Realizar pesquisas internas para entender como as estratégias podem ser mais bem aproveitadas e aplicadas dentro de cada situação é vital para assegurar que os funcionários, mesmo à distância, estejam bem assistidos neste novo modelo de negócio. Este é o melhor caminho para se construir uma relação de confiança. Uma conexão em que a transparência seja pautada por conversas periódicas com trocas sobre perspectivas reais, impactos para o negócio e saúde da empresa frente a tantas incertezas.
Neste momento, também é preciso avaliar as ferramentas que otimizem o tempo de trabalho remoto dos usuários e a segurança dos dados da empresa. Dessa forma, devemos repensar o ambiente da casa do colaborador com recursos como rede móvel, alimentação, materiais do escritório e, até mesmo, cadeiras ergométricas, um diferencial para manter conforto e produtividade. No contexto atual, cuidar das jornadas do time que, muitas vezes ultrapassa a carga horária por estar em casa, é mais uma questão essencial. O tempo dedicado à vida pessoal não pode ser negligenciado, em função da mistura entre escritório e casa.
Práticas que garantam maior segurança e higiene podem ser encontradas e aplicadas em todas as esferas. Nos setores onde o home office não pode ser feito de forma integral, por exemplo, algumas alternativas já podem ser antecipadas, como a criação de uma cartilha interna de práticas de higiene e distância mínima dos colegas, além da limpeza constante dos objetos pessoais e do ambiente de trabalho. Uma dinâmica com flexibilidade de horários ou rodízio para o time figura como uma opção muito relevante e eficaz. Como resultado, garantem-se jornadas mais saudáveis, reduzindo ainda o risco de ambientes aglomerados e insalubres.
O trajeto entre a casa do colaborador e o escritório também são pontos de atenção: para aqueles que utilizam o transporte público, a distribuição de máscaras higiênicas é uma alternativa que deve ser acompanhada com a disponibilidade de frascos de álcool em gel, para que eles possam fazer a higiene regularmente não colocando sua saúde em risco nem a dos seus colegas.
Já aqueles que optam pelo deslocamento com automóveis, a tecnologia contactless é a protagonista: a adoção de adesivos ou QR codes nos veículos facilita tarefas desde o pagamento por aproximação em pedágios e estacionamentos, evitando o contato com dinheiro e cartões, até o acesso rápido em locais (apenas com a abertura de catraca). Para aqueles que tiverem a opção, o deslocamento com bikes ganha uma importância ainda maior neste cenário. Vista como uma das lições positivas que poderemos tirar dessa experiência tão difícil, o planejamento urbano para o incentivo da mobilidade com as “magrelas” estará mais presente nas pautas das nossas cidades. A saúde, o trânsito e até a paisagem agradecem!
Se podemos ter certeza de algo dentro de um cenário tão incerto é que, assim como surgem os novos hábitos, a humanização dos processos também chega para ficar. Enquanto os consumidores se adaptam à uma nova rotina, as empresas seguem com suas atividades e entregam seus serviços em diferentes formatos a cada dia, com práticas que podem e devem permanecer mesmo após a pandemia, entregando soluções que impactam de maneira positiva não só os resultados da empresa, mas a sociedade como um todo.
Por Felix Cardamone, CEO da ConectCar