Flavia Caroni, VP de People na Kraft Heinz Company.
2021, um ano e tanto. Difícil para todos os trabalhadores e intenso para os profissionais de RH. Esse período que vai se encerrando começou replicando muito do que vimos em 2020: casos de coronavírus crescendo, aumento nas restrições, perspectivas de vacinação somente para um médio prazo, crise e desemprego batendo à porta dos brasileiros. Mas, aos poucos, a luz no fim do túnel que antes enxergávamos distante ficou mais forte, e um clima de esperança se tornava mais presente. Com ele, a certeza de que dias melhores estavam se aproximando – e com a vacinação em ritmo mais avançado, esse novo tempo chegou.
Em um ano tão agitado, mantivemos nossa visão totalmente voltada para as pessoas. Reforçamos nossa agenda do cuidado, com colaboradores no centro de tudo, dando continuidade às ações para a saúde e bem-estar, físico e mental, dos times que compõem a Kraft Heinz.
Após a guinada na pandemia em 2021, nos vimos em uma nova fase, explicando às pessoas sobre o retorno aos escritórios e nos preparando para este momento de readaptação. Voltar a sair de casa, a viver a rotina da metrópole, aos deslocamentos. Demonstrar também ao colaborador como seria voltar a socializar no escritório. E este ano, que nos encheu de esperança ao longo da jornada, traz com seu término um 2022 que tende a ser desafiador, mas também agradável, por voltarmos aos poucos a reencontrar as pessoas, tomar um café no escritório e conversar sobre vida e trabalho.
A curva de aprendizado que pudemos absorver em 2021, se não superou, com certeza igualou a de 2020. Nesse contexto, tomo a liberdade para descrever aqui algumas das lições que este ano trouxe a mim, como profissional de RH, mas, acima de tudo, como pessoa que visa trabalhar em prol das pessoas.
Um dos pontos principais que aprendi foi a ter parcimônia na gestão. Ser cauteloso não é ser lento, mas sim cuidadoso nas decisões. Quando o assunto é pessoas, decidir as coisas com calma, racionalidade e análise contextualizada é o ideal, evitando precipitações. Outra grande lição nasce de nossa mentalidade como companhia, construída conforme transformamos nossa cultura: pessoas em 1º lugar. Se não cuidarmos delas, os resultados não vêm. A empresa cresce quando as pessoas crescem ao mesmo tempo.
O momento de crise em si e a forma como decidimos geri-la nos ensinou muito também. É claro que as estratégias variam de companhia para companhia. Algumas empresas pensam em cortar custos em meio à crise, mas decidimos não seguir por esse caminho no que tange aos funcionários, e tivemos uma agenda honesta. Seguramos aumento de custos, impactos de commodities, desvalorização da moeda, mas não tocamos nas pessoas. Não reduzimos salários, não cortamos treinamentos, não afastamos colaboradores, e investimos muito em capacitação. Essas decisões se mostraram grandes acertos, porque destacamos qual é a prioridade na companhia e ressaltamos nossa consistência. Sabemos como e onde queremos chegar, com um projeto de transformação cultural contínuo e sólido.
A respeito da crise, mencionei a questão financeira, mas também fizemos questão de, sobretudo, investir na saúde emocional dos colaboradores. Ampliamos o trabalho flexível na companhia, com direito a Short Friday em todas as sextas-feiras do mês, e também as licenças maternidade, paternidade e parental (para casais homoafetivos). Também trabalhamos na construção de dois processos seletivos para atrair novos talentos, nossos programas de estágio e de trainee, que foram ampliados e tiveram foco em vagas afirmativas. Já estamos colhendo os frutos desses projetos, e temos a perspectiva de que em 2022 o cotidiano dentro da Kraft Heinz será ainda mais delicioso, com colaboradores saudáveis, felizes e que se sintam valorizados.
Temos muito a fazer, mas me sinto confortável em dizer que tomamos decisões positivas, voltadas para as pessoas. É importante ressaltar o quanto que a coesão nas nossas decisões impacta a rotina dos funcionários e proporciona segurança a eles. Vamos reforçar ainda mais essas mensagens e ações no ano que vem.