Por Jodi Kasten, Diretora de Vendas no Indeed para Canadá e LATAM
Todos os anos, no mês em que é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, nós paramos para ver o quanto as mulheres já conquistaram no mundo moderno, especialmente no mercado de trabalho. Felizmente, todos os anos, temos mais o quê comemorar. Por causa do Covid, no entanto, qualquer análise ganha um novo significado, e estando onde estamos agora é mais fácil ainda olhar para os últimos anos e perceber o quanto 2022 pode realmente marcar um novo começo.
Conforme as coisas começam a voltar ao chamado “novo normal”, nós podemos finalmente respirar e tirar o tempo para avaliar quais decisões e medidas funcionaram melhor no auge da crise. E é óbvio que ainda temos um longo caminho pela frente.
A pandemia parece ter impactado mais fortemente as mulheres. No início da pandemia, conforme Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a participação das mulheres no mercado de trabalho diminuiu de 53,3% em 2019 para 45,8% no mesmo período de 2020. Em 2022, segundo Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monetário Internacional, a média mundial de participação feminina na força de trabalho permanece 20% menor que a masculina.
De ser uma das primeiras a perder o emprego no início de 2020 a perder a creche, a pandemia obrigou as mulheres a repensar o papel que o trabalho tem em suas vidas cotidianas. Sem romantizar, é fato que muitas mulheres iniciam o empreendedorismo por necessidade de reinserção no mercado de trabalho. No Brasil, segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 30 milhões de mulheres são empreendedoras e a pesquisa apontou que, apesar das dificuldades da pandemia, o empreendedorismo feminino registrou um aumento de 40% no último ano.
Uma pesquisa de fevereiro de 2022 realizada pelo Indeed no Brasil com 798 tomadores de decisão de PMEs mostrou que mais da metade deles (54%) são mulheres. Estes dados revelam que a liderança feminina está a aumentar e, tendo isso em conta, é necessário conhecer as necessidades que as trabalhadoras têm, e assim garantir o seu desenvolvimento profissional para que estas mesmas trabalhadoras possam eventualmente assumir também posições estratégicas de liderança.
Um Estudo de Liderança Feminina da KPMG mostrou que receber o empoderamento de figuras femininas pode ajudar outras mulheres na empresa a aumentar sua confiança e, portanto, sua produtividade. O estudo também afirma que 67% das mulheres profissionais disseram que as lições de liderança mais importantes em suas carreiras foram de outros colegas, enquanto 82% acreditam que trabalhar com mulheres as ajudará a avançar na carreira profissional.
A maioria das empresas que responderam ao estudo do Indeed dizendo que oferecem benefícios de saúde, transporte e alimentação, além de licença maternidade/paternidade remunerada, são lideradas por mulheres. Esses tipos de benefícios melhoram o sentimento de pertencimento e a produtividade de toda a força de trabalho.
Mesmo quando começamos a ver uma melhoria da equidade das mulheres no mercado de trabalho, é preciso ter em mente que nem todas as mulheres têm as mesmas oportunidades e formação, o que torna fundamental que as organizações se dediquem a aumentar o acesso às oportunidades para milhões de mulheres no local de trabalho, levando em conta os desafios que enfrentam no mercado de trabalho.