A resiliência emocional e a técnica são fatores essenciais para que as mulheres superem os desafios e conquistem mais espaços na liderança corporativa global.
Apesar de representarem apenas 6% dos CEOs globalmente, as mulheres estão rompendo barreiras no caminho à liderança, movidas não só por suas competências técnicas, mas também pela preparação emocional, que fortalece a confiança e resiliência no ambiente corporativo.
Em um mercado onde os cargos de liderança ainda são majoritariamente ocupados por homens, a ascensão feminina ao topo das organizações é um processo gradual. No Brasil, um estudo do Instituto Ethos, que analisou as 130 maiores empresas do país, aponta que apenas 27,4% dos cargos executivos, como diretores e CEOs, são ocupados por mulheres, embora elas sejam maioria entre os trainees. A nível global, a pesquisa “Women in the Boardroom”, conduzida pela Deloitte, reforça esse cenário, destacando que somente 6% dos CEOs são mulheres. Esses números refletem não apenas a histórica sub-representação feminina na liderança, mas também os desafios contínuos de alcançar e manter posições executivas.
Segundo Fernanda Tochetto, psicóloga e mentora especializada em saúde emocional para transformação de negócios, a mudança desse panorama está diretamente ligada ao fortalecimento da mentalidade. A jornada até o cargo de CEO demanda mais do que habilidades técnicas. “A capacidade de equilibrar as emoções e manter uma visão clara diante de desafios é essencial para que as mulheres superem preconceitos, como a síndrome da impostora, e se mantenham firmes em suas trajetórias de sucesso”, destaca Fernanda, que há mais de 23 anos acompanha o desenvolvimento emocional de profissionais.
Um dos principais obstáculos enfrentados pelas mulheres em cargos de liderança é a constante pressão, tanto pelas entregas quanto pelos questionamentos. Nesse sentido, o suporte de um mentor especializado pode ser um diferencial importante. Contudo, um estudo da consultoria DDI mostra que 63% das mulheres nunca tiveram um mentor formal em suas carreiras, o que pode limitar seu crescimento profissional. Em resposta a essa lacuna, programas de mentoria focados no público feminino têm ganhado força, como os promovidos pelo Instituto IVG e pela MLS, maior liga de mentores do Brasil. Entre esses, destaca-se o Tittanium Partners, grupo de empresários fundado por Fernanda Tochetto, que visa empoderar mulheres, oferecendo orientação e confiança.
“Mentorias são uma ferramenta poderosa para desenvolver uma mentalidade forte e resiliente. Quando cuidamos da nossa saúde emocional, podemos desempenhar nosso potencial máximo, sem sacrificar o equilíbrio pessoal”, afirma Fernanda. Ela ressalta que a combinação de técnica e uma base emocional bem estruturada pode ser o diferencial na trajetória das mulheres rumo ao cargo de CEO.
A crescente presença feminina no topo das organizações é resultado da união entre habilidades técnicas e resiliência emocional. À medida que programas de mentoria e suporte emocional se tornam mais acessíveis, espera-se que mais mulheres superem as barreiras impostas pelo mercado corporativo, conquistando seu espaço na liderança.