Liderança Inspiradora: A chave para navegar a complexidade na retenção de talentos.
Por Gustavo Malavota – sócio fundador do Grupo Mola
Nos dias atuais, o papel do líder tornou-se mais desafiador do que nunca. Ser um líder eficaz não se resume apenas a gerenciar resultados; é necessário também ser capaz de comunicar-se de forma clara e eficaz com a equipe, orientando-a e ajudando-a a compreender seus próprios objetivos dentro da organização. Um líder de sucesso é aquele que sabe onde quer chegar e consegue transmitir essa visão de maneira inspiradora, garantindo que todos na equipe compartilhem do mesmo entendimento e se sintam engajados na jornada. Esse alinhamento entre líder e equipe é essencial para alcançar os resultados desejados.
Entretanto, o cenário atual apresenta complexidades adicionais. A pressão no topo das organizações tem aumentado, especialmente para os sócios e gestores de estratégia, que enfrentam grandes cobranças para alcançar metas ambiciosas. Esse ambiente de alta pressão afeta todos os níveis da empresa, com muitas pessoas lutando para equilibrar suas expectativas com os resultados. O desafio é grande e, por isso, torna-se cada vez mais difícil reter talentos nesse contexto de pressão constante.
Um dado importante sobre a retenção de talentos é que as pessoas estão cada vez mais preocupadas em trabalhar em ambientes que promovam seu desenvolvimento pessoal, em vez de se concentrarem apenas no valor do salário. Estudos mostram que apenas um em cada cinco funcionários considera que seu desempenho é gerido de forma adequada, e mais de 37% dos gestores não sabem como fornecer feedback eficaz. Isso indica um problema de comunicação dentro das empresas, que impacta diretamente a motivação e o desempenho das equipes.
Além disso, a questão da gestão geracional tem-se tornado uma preocupação crescente. As diferentes gerações têm formas distintas de receber feedback. Enquanto a geração Millennium pode preferir um estilo de liderança mais colaborativo e comunicativo, as gerações X e Y podem ter necessidades e expectativas diferentes. Isso exige dos líderes uma capacidade de adaptação constante, para que possam se conectar eficazmente com todos os membros da equipe.
A verdade é que muitos funcionários, especialmente os mais jovens, ainda estão em processo de autodescoberta. Eles podem não ter uma visão clara de onde querem chegar em suas carreiras, o que torna o papel do líder ainda mais crucial. O líder deve ser capaz de ajudar esses indivíduos a visualizar seus futuros e a traçar um caminho para alcançá-lo. No entanto, para que isso aconteça, é necessário que os funcionários compreendam que o sucesso exige mais do que apenas esforço – é necessário ter dedicação, determinação e uma disposição para enfrentar desafios.
O papel da liderança não é apenas fornecer soluções prontas, mas motivar e inspirar os membros da equipe a superar suas dúvidas e a se desenvolverem. Esse processo de orientação é crucial para que as pessoas possam alcançar seu pleno potencial dentro da organização. E, apesar das pressões existentes, a retenção de talentos não depende exclusivamente de altos salários, especialmente para a geração Millennium, que busca mais desenvolvimento e significado em seu trabalho.
Por fim, é importante notar que a liderança de amanhã será cada vez mais desafiada a lidar com essas questões de comunicação e desenvolvimento, enquanto novas gerações, com suas próprias características e necessidades, entram no mercado de trabalho. Esse novo ciclo traz novas oportunidades, mas também exige líderes preparados para lidar com a complexidade e a diversidade de perfis e expectativas.