O recrutador tem que ter em mente que a tecnologia impacta diretamente no perfil e dinamismo do jovem
Já é uma premissa falar que por conta das novas tecnologias, o jovem tornou-se ansioso na busca pelo sucesso profissional, mas evidentemente a geração que mais assistiu avanços tecnológicos, seria a mais impactada. O mercado está muito mais dinâmico e mudando rapidamente, as possibilidades foram ampliadas e a execução ganhou um ritmo mais acelerado. Porém, muitos recrutadores colocam este novo perfil na posição de um profissional instável, desfocado e até mesmo pouco confiável.
O que acontece é que a maturidade segue na mesma velocidade das informações. O jovem hoje entra no mercado de trabalho mais preparado e, muitas vezes, com uma bagagem não obrigatoriamente ligada ao tempo de empresa, mas sim a participação em projetos, no qual o protagonismo o posiciona à frente.
Para Nayade Kenis, especialista no setor de Pessoas & Performance da Vitta, empresa de tecnologia em saúde, e que trabalha com recrutamento desde 2011: “O recrutador tem que ter em mente que a tecnologia impacta diretamente no perfil e dinamismo do jovem, e que os mesmos não podem ser relacionados a um perfil raso, ou sem representatividade. Estamos falando de um movimento natural de mercado e de realidade. Os próprios processos e profissionais de Recrutamento e RH precisam aprimorar-se com as novas soluções que a tecnologia propõe”.
A necessidade de alcançar uma rápida posição ou cargo de liderança não necessariamente mostra imaturidade e despreparo, mas sim um movimento comum ligada a um diferente engajamento deste profissional. “Ele entende que agora essas conquistas estão muito mais nas mãos dele, do que da empresa empregadora”. Ressalta ainda Nayade.
Um recente estudo da Universidade da Califórnia divulgado esse ano, quebrou muito dos estereótipos da juventude no âmbito profissional. Contando com a participação de cerca de 25 mil jovens de 22 nacionalidades, a pesquisa comprovou que, no Brasil, mais de 60% dos entrevistados da Geração Y pretende continuar em seu emprego atual. Outro dado interessante do levantamento é que 44% dos respondentes afirmou que gostaria de passar o resto da vida na empresa em que estão.
Isso mostra que o jovem profissional está em busca de posicionamento, espaço e estabilidade. A ansiedade não é necessariamente a de alcançar uma posição, mais sim de fazer parte de um projeto e de agregar conhecimento e experiência para seu currículo e para a vida.
Imagem:Pixabay