Especialista alerta que não basta preencher a posição e indica quais ajustes no processo de contratação podem ser feitos pensando no melhor desempenho do novo profissional na empresa
O sucesso de uma empresa é, em grande parte, impulsionado pela equipe de líderes, e fazer a escolha certa desses profissionais depende de uma série de fatores que nem sempre são considerados no caminho da contratação.
Há anos conduzindo processos de recrutamento executivo para empresas de diversos portes e origens, Gustavo Costa, sócio-fundador da Unique Group, consultoria estratégica de Recrutamento e Soluções em RH, acredita que os processos realmente bem conduzidos são aqueles que focam em resultados.
“Os mais efetivos são os que não apenas preenchem a posição, mas consideram o crescimento do negócio em conjunto com o profissional contratado, olhando para o crescimento e desenvolvimento do executivo de acordo com as suas entregas”, explica Gustavo.
Hoje as empresas combinam a avaliação do profissional em sua contratação, com as necessidades de entrega deste executivo na posição inicial, pensando ainda no crescimento dentro da organização, dando apoio às necessidades de desenvolvimento desse líder e alimentando o plano de sucessão. “Os processos que contratam profissionais não apenas para a posição inicial, mas já pensando no plano de sucessão de diretores e até mesmo para o presidente são os mais efetivos”, argumenta o sócio-fundador da Unique Group.
Para isso acontecer, essas organizações precisam alinhar seus processos de recrutamento em vários aspectos, tornando-os não apenas mais assertivos na contratação, mas também na formação e desenvolvimento de seus futuros líderes.
“As empresas com essa ótica precisam, como principais ajustes, definir claramente a descrição de função da contratação, alinhar as metas e os próximos passos após as entregas do profissional contratado, além de engajar e treinar os envolvidos no processo de contratação em ferramentas de entrevista, visando observar o profissional não apenas para preenchimento da “vaga”, mas conseguindo avaliar no longo prazo todo o seu potencial”, comenta Gustavo.
Uma pesquisa da consultoria internacional Zenger Folkman sobre fatores para o desenvolvimento eficaz da liderança organizacional, apontou que aproximadamente 60% dos profissionais da linha de frente não receberam nenhum desenvolvimento formal em liderança ou gerenciamento, o que reforça a necessidade de se desenhar planos que apoiem o profissional em toda a sua carreira dentro da empresa.
“A construção de programas com esse conjunto de processos e que correlacionam metas de melhoria de competências com resultados práticos de negócio, como rentabilidade, turnover, engajamento de equipe, atendimento ao cliente, por exemplo, já foram validados cientificamente em pesquisa globais, comprovando que os melhores líderes entregam os melhores resultados”, finaliza Gustavo.