Estratégias e desafios no equilíbrio entre remoto e presencial
O mercado de trabalho está vivenciando um cabo de guerra entre o trabalho remoto e o presencial, uma dinâmica cada vez mais evidente em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Conforme dados do site de empregos Indeed, observou-se uma redução no número de vagas oferecendo home office no país, de 12,6% em março de 2022 para 7,7% no mesmo período em 2023. Nos Estados Unidos, uma tendência semelhante foi registrada, segundo o LinkedIn, com uma queda de 17,8% para cerca de 9% nas ofertas de trabalho remoto em um ano. Paradoxalmente, a demanda por essas posições continua alta.
Este cenário reflete as complexidades e as nuances do debate entre o modelo remoto e presencial, intensificado desde o início da pandemia em 2020. Mesmo empresas de tecnologia de ponta como Amazon e Google estão revendo suas políticas, exigindo maior presença física dos funcionários, apesar de resistências internas.
Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRtech nascida no modelo remoto, enfatiza a necessidade de um diálogo mais aprofundado sobre o que realmente é necessário para que cada modelo funcione eficientemente. Ela argumenta que além dos benefícios conhecidos de cada modalidade, é crucial analisar práticas internas e a produtividade para determinar o melhor caminho.
Migliori aponta para desafios chave no trabalho remoto ou híbrido, como a autogestão dos profissionais, a comunicação eficaz e adaptada (síncrona e assíncrona), e a adaptação da gestão às exigências do modelo remoto. Ela destaca que a maioria das metodologias e práticas de liderança foram desenvolvidas pensando no modelo presencial e necessitam de ajustes para atender às demandas do trabalho à distância.
A CEO ressalta a importância de não descartar um modelo por falta de adaptação ou tentativa, mas sim buscar um equilíbrio que atenda tanto às necessidades da empresa quanto às preferências dos colaboradores. Migliori conclui enfatizando que o desafio não é simples, mas é crucial para evitar uma polarização desnecessária no mercado de trabalho.