Especialistas debatem o atual momento do mercado de trabalho e apontam a necessidade de as organizações desenvolverem cada vez mais as suas lideranças
Executivos, CEOs, consultores e especialistas em Recursos Humanos se reuniram em São Paulo, nesta última quinta-feira, para debaterem o futuro do trabalho, as tendências, os principais desafios e o papel da liderança na busca por novas habilidades necessárias para a manutenção de equipes produtivas, engajadas e felizes, porém num formato híbrido que se consolida após a pandemia. Além disso, é unânime a visão no mercado de trabalho, independente do segmento de atuação das organizações, que não só agora, mas nos cenários futuros, que o papel do RH está e será cada vez mais estratégico para as companhias.
Realizado no Villaggio JK Eventos, no Centro de São Paulo, o Ready For Next Day, foi um evento organizado pelo Grupo Adecco, Líder em Recursos Humanos, junto com a consultoria LHH Brasil que compõe o grupo. De acordo com Alexandre Marins, Diretor de Desenvolvimento de Talentos LHH América Latina a ideia partiu da necessidade atual de cuidar do aspecto humano, ou seja, não apenas falar de negócios, mas provocar reflexões, insights e contribuições de grandes nomes do segmento nesse novo momento que a sociedade e o mercado de trabalho vivem. Ele explica que, ao olhar para o futuro, é preciso ter uma mudança na mentalidade organizacional, transformando a cultura da empresa, principalmente no que diz respeito as relações com os colaboradores, dentro de novos modelos de trabalho. “Estamos num momento diferente e nele o líder é o elo entre os colaboradores e a cultura da empresa, conectando-os”, disse o consultor.
Para José Augusto Figueiredo, country head do Grupo Adecco no Brasil, o encontro contou com debates produtivos e necessários para um futuro que já está acontecendo, tendo como diferencial a discussão compartilhada por membros C-Level. “A agenda desse futuro que já se apresenta passa, fundamentalmente pelo desenvolvimento de nossos líderes”, afirmou.
Figueiredo complementa ainda que, diante da imprevisibilidade, o essencial é observar que está havendo uma profunda transformação na forma pela qual as pessoas estão se relacionando e isso exigirá novas habilidades da liderança. “Não são poucos os desafios, dentre eles ficar atento à saúde mental da equipe, manter os colaboradores estimulados e reter talentos no presencial ou não”.
Já para André Vicente, country manager da Adecco do Brasil, o evento é essencial para profissionais de RH que querem oferecer o melhor benefício para as suas empresas e colaboradores. “O futuro do RH é hoje. Nós, como líder em recursos humanos, estamos atentos a todas as tendências, para compartilhar o máximo de conhecimento possível para que as empresas brasileiras consigam conciliar bem-estar, produtividade e alinhamento com a cultura organizacional”, comentou.
Luciano Snel, CEO Icatu Seguros, pontuou que os líderes precisam estar atentos às demandas únicas, compreendendo o individual de cada colaborador, ou seja, tratando-o de forma personalizada. “Temos o grande desafio de empoderar os líderes para que eles sejam multiplicadores. Aprender quando se posicionar, mas saber também quando ouvir, contribuindo para a flexibilidade e colaboração dentro da empresa”, apontou o executivo.
Para Daniel Torres, General Manager da Reckitt Health & Nutrition Brasil, os desafios do futuro já são atuais. Para ele, isso implica aprender na velocidade que o mercado pede, formar líderes e personalizar a experiência do colaborador. “Temos um grande desafio no desenvolvimento de líderes, pois o perfil do líder de hoje é bem diferente do líder do futuro”, completou.
No geral, todos concordam que esses tempos de mudanças podem ser positivos se bem gerenciados. Selma Fernandes, VP de Gente, Gestão e ESG da Vibra Energia, está vivendo e liderando uma transformação cultural, já que a empresa veio de uma privatização. Para ela, momentos como esse, de significativas mudanças, são oportunos para implementação de novas diretrizes, como missão, transformação e alinhamento de propósito. “Para isso, temos que empoderar cada um da organização. Precisamos ouvir mais, compreender suas dores e seus questionamentos, buscar por mais inclusão para fazer a diferença”, explica. Selma afirmou também não ter uma receita certa da implementação, mas que esta deve ser feita de forma leve e não imposta radicalmente.