Nas últimas semanas, a Fundação Dom Cabral divulgou pesquisas sobre a adesão ao home office no Brasil. A primeira delas, realizada pela consultoria Talenses, revelou que 70% das empresas entrevistadas espera que o trabalho remoto permaneça, integral ou parcialmente, após a crise. O segundo estudo, feito em parceria com a consultoria Grant Thornton, indicou que 54% dos profissionais pretendem pedir à chefia a manutenção do home office após a quarentena.
Para Silvia Spessotto, especialista em RH e fundadora da consultoria Evolluir, “home office não é moda. Exige planejamento, discussão e uma cultura organizacional favorável. O momento atual oferece uma boa oportunidade às empresas de aderir ao trabalho remoto com solidez, respeitando as características de seu setor e as necessidades de seus funcionários”.
A especialista identifica alguns pontos que devem ser analisados por empresas que pretendem implantar ou ampliar a prática do trabalho remoto:
- Entenda seu segmento e ouça seus colaboradores. Cada empresa/equipe deve avaliar a melhor forma de implantar o trabalho remoto. Ter flexibilidade para criar o ambiente mais propício à criatividade, à inovação e à produtividade é a premissa do home office. Tentar engessá-lo é subverter esse propósito.
- O futuro é digital. Goste-se ou não, os processos estão cada mais virtuais para reduzir custos, encurtar distâncias e economizar nosso bem mais precioso: o tempo. É necessário que a legislação e a cultura das empresas acompanhem essa transformação.
- Líderes à moda antiga, mais do que nunca, tendem a ficar para trás. No século XXI, liderar é mais do que delegar tarefas ou cobrar resultados; é saber gerenciar demandas e pessoas em situações adversas, inclusive a distância.
- A informação, sempre fundamental em qualquer contexto, é ainda mais importante agora. Esta é a hora de empresas e gestores medirem, na prática, o que funciona ou não na comunicação com seus colaboradores.
- É preciso que empresas, seus líderes e profissionais de RH pensem em como manter padrões satisfatórios de produtividade, engajamento e motivação a distância. Adotar ou adaptar metas, indicadores e outras ferramentas de avaliação de desempenho é fundamental.
- A pandemia oferece a oportunidade de um benchmarking coletivo. Trocar experiências com outras empresas e redesenhar processos é trabalhoso, mas pode colocar sua organização vários passos à frente dos concorrentes.
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