Crise econômica: remuneração de executivos ficou abaixo da inflação nos últimos dois anos
Segundo pesquisas recentes, somente em 2016 houve uma redução de 24% dos cargos disponíveis para presidentes e diretores. Nos últimos dois anos a realidade das companhias brasileiras mudou e, mesmo com a recente suposta retomada econômica, muitas empresas continuam reestruturando seus quadros de funcionários.
Além dos problemas políticos e econômicos do Brasil, o desaquecimento econômico mundial agravou a situação. As empresas foram conduzidas a uma redução e reestruturação de seus quadros, com uma consequente redistribuição do trabalho entre os funcionários que ficaram nas empresas. Considerando a necessidade de redução de despesas, a remuneração daqueles que ficaram não foi na mesma proporção que a redistribuição de seu trabalho.
As empresas foram afetadas em todos os níveis hierárquicos e até mesmo a remuneração de presidentes e diretores ficou abaixo da inflação nos últimos dois anos. Em tempos de carência econômica é normal que as empresas enxuguem a folha de pagamento fazendo o possível para não comprometer a qualidade da sua estrutura. Para algumas dessas companhias esse processo será suave porque irão melhorar ou ampliar o que já fazem em seu dia a dia. Para outras serão necessárias medidas dolorosas e urgentes para se reestruturarem.
Por conta dessa necessidade organizacional, mudou o perfil dos executivos que as empresas buscam. Esses colaboradores serão escolhidos no próprio quadro de funcionários da empresa. Eles devem ser executivos mais generalistas, com um comportamento mais ousado, assertivo e centrado nos resultados. Esses novos profissionais precisam atuar bem em equipe e saber alinhar as estratégias da empresa ao momento econômico ao qual estamos passando, ou seja, as empresas buscam por profissionais capazes de atuarem em diversas frentes, mas acima de tudo por profissionais que tenham capacidade de negociação e visão estratégica para fazer as mudanças necessárias como, por exemplo, a contratação de profissionais mais experientes para auxiliá-los nesta nova fase.
Luiz Wever atua desde 1997 na área de seleção de executivos e consultoria em capital humano – Odgers Berndtson
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