A inteligência artificial generativa é considerada a nova fronteira na transformação dos recursos humanos.
Capaz de criar conteúdos, simular conversas, gerar imagens e até compor música, a inteligência artificial generativa está movimentando a vida cotidiana e as operações empresariais como não se via a tempos com outra inovação. De acordo com um estudo da TCS, 54% dos executivos globais esperam que essa tecnologia impacte mais ou igual a internet, enquanto 59% acreditam que ela será maior do que os smartphones. Um nicho específico onde a IA está se tornando cada vez mais estratégica é o de recursos humanos, moldando ativamente o futuro das organizações.
De acordo com Hosana Azevedo, Head de RH do Infojobs e porta-voz do Pandapé, historicamente, o RH desempenhava um papel principalmente operacional, focado em tarefas administrativas como recrutamento, folha de pagamento e gestão de benefícios. No entanto, há tempos, este cenário não é mais o mesmo. “No passado, o RH era visto como uma função de suporte, essencial para manter a empresa funcionando, mas não necessariamente como uma fonte de vantagem competitiva. As atividades diárias envolviam muito trabalho manual, desde a triagem de currículos até a administração de registros de funcionários”, explica.
Com a chegada das tecnologias de automação nas décadas de 80 e 90, algumas dessas tarefas começaram a ser simplificadas, mas o verdadeiro salto ocorreu com a integração de sistemas de gestão de RH (HRMS) e softwares de ERP no início dos anos 2000. Esses recursos trouxeram maior eficiência e precisão, permitindo que os profissionais passassem menos tempo em atividades repetitivas e mais tempo em funções analíticas. No entanto, o potencial transformador só começou a se concretizar recentemente, com o advento da inteligência artificial.
“A IA generativa representa a próxima fronteira na transformação do RH. Ao contrário de inovações anteriores que se limitavam à automação de tarefas repetitivas, essa tecnologia possui a capacidade de criar novos conteúdos e insights, oferecendo soluções inovadoras para desafios complexos. No contexto do RH, isso se traduz em uma série de aplicações práticas que estão revolucionando a forma como as empresas atraem, gerenciam e desenvolvem seus talentos”, explica Hosana Azevedo.
Mas como a IA generativa impacta o setor na prática? Abaixo, a especialista destaca quatro áreas principais transformadas por essa tecnologia:
- Recrutamento e Seleção
A inteligência artificial pode analisar grandes volumes de dados para identificar os candidatos mais promissores, não apenas com base em qualificações técnicas, mas também em compatibilidade cultural e potencial de crescimento. Além disso, pode criar descrições de vagas otimizadas e personalizadas para atrair os perfis desejados.
- Desenvolvimento de Talentos
Com a capacidade de personalizar programas de treinamento e desenvolvimento, a tecnologia ajuda a identificar as necessidades individuais de aprendizado dos funcionários, oferecendo planos de carreira customizados e recursos educacionais específicos.
- Engajamento e Retenção
Analisando dados de feedback de funcionários, a IA pode gerar insights sobre o clima organizacional e sugerir intervenções para melhorar o engajamento e a satisfação no trabalho. Isso inclui a criação de programas de bem-estar e iniciativas de diversidade e inclusão mais eficazes.
- Planejamento de Workforce
O recurso também auxilia no planejamento estratégico da força de trabalho, prevendo tendências de turnover, identificando lacunas de habilidades futuras e sugerindo estratégias de recrutamento proativas para atender às necessidades de longo prazo da organização.
“A evolução do RH de uma função operacional para um papel estratégico é um reflexo direto do impacto das novas tecnologias. A IA generativa, em particular, está redefinindo os limites do que é possível, permitindo que os profissionais de RH não apenas respondam às necessidades atuais, mas também antecipem e moldem o futuro das suas organizações. À medida que continuamos a explorar e integrar esses recursos, o potencial para criar ambientes de trabalho mais eficientes, inclusivos e dinâmicos se torna cada vez mais palpável”, finaliza Hosana Azevedo.