A metodologia possibilita a simulação de episódios de riscos através de realidade aumentada e infografia
O mercado de trabalho volátil apresenta uma nova realidade aos trabalhadores brasileiros: riscos ao bem-estar físico e mental. Afinal, um cenário no qual é preciso se diferenciar de uma grande concorrência, enquanto as chances de estabilidade financeira caem, proporciona o surgimento de altas expectativas em relação ao desempenho dos colaboradores. Com a ausência de oportunidades de emprego, estes se submetem a extensas horas de prestação de serviço em ambientes cada vez mais estressantes e precários. Neste momento, o ideal é direcionar os holofotes na questão de segurança do trabalho.
A iniciativa seria a integração de um grupo de ciências dedicado à avaliação das condições de trabalho, a fim de desenvolver um local seguro e saudável, com atividades laborais em conformidade com as Normas Regulamentadoras (NR) – o que torna obrigatório a preservação da vida dos funcionários nas seguintes situações: trajeto entre casa/trabalho (e vice-versa), viagem a serviço da empresa, estrutura física organizacional e exigência mental para determinado cargo.
Na prática, é possível afirmar que propiciar um ambiente de trabalho que prioriza a qualidade de vida dos colaboradores é extremamente benéfico ao caráter competitivo da marca. A sensação de pertencimento aumenta o nível de satisfação organizacional e, consequentemente, o engajamento da equipe. Esta se torna mais produtiva, além de deixar de apresentar motivos para sair da companhia.
Apesar dos benefícios de treinamentos voltados à segurança do trabalho serem incontestáveis, o cenário atual mostra outra realidade. Segundo informações divulgadas pelo Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, a cada 2 minutos, 1 real é desembolsado em benefícios acidentários. Ao todo, a Previdência Social despendeu mais de 80 bilhões de reais para esta finalidade durante os anos de 2012 a 2018. Por fim, os dados mostram que mais de 370 milhões de dias de trabalho foram perdidos no mesmo período.
De acordo com Renato Gangoni, CEO da Visual Insight Training, há duas possibilidades. De um lado, as organizações podem optar por uma abordagem reativa. Ou seja, permanecer no aguardo da ocorrência do problema para ir em busca de uma solução. Do outro, desenvolver um comportamento proativo, investindo na gestão de riscos. Neste segundo caso, o especialista em design da informação indica o visual thinking.
“Conhecida como o futuro da solução dos problemas corporativos, a metodologia parte do princípio de que se as pessoas estão aptas a verbalizar um pensamento, também são capazes de visualizá-lo – o que acontece de um jeito simplificado, pois as imagens captam a essência do conteúdo a ser transmitido em um formato atrativo ao público-alvo. Portanto, tornam-se eficientes na aplicação de treinamentos de prevenção de acidentes, devido à delicadeza do tema e complexidade dos dados”, afirma Gangoni.
Aos que pretendem desenvolver um treinamento de segurança com base na técnica visual, o CEO destaca as composições de realidade aumentada e infografia.“A realidade aumentada é uma tecnologia que, por meio de um software ou aplicativo, interpreta sinais vindos de um objeto real. Para as empresas, este recurso significa uma oportunidade de imergir um grande número de colaboradores em um processo de aprendizagem ágil, seguro e financeiramente acessível, possibilitando a simulação de episódios de riscos em um ambiente controlado”, revela.
Já em relação ao infográfico, o especialista inicia a explicação com uma mudança de termo. “Embora o material esteja conquistando cada vez mais os executivos no ambiente corporativo, a prática está sendo banalizada no mercado, pois a mentalidade verbal dos profissionais os faz preferirem a inserção de elementos textuais. Logo, o produto final permanece extenso e confuso, em vez de acelerar a compreensão de determinada informação. Mas, ao tratarmos o infográfico como um modelo visual mental, somos capazes de transmitir mensagens de forma simples, com a sintetização do conteúdo em imagens de passo a passo”, pontua.
Contudo, a solução vai além do universo da infografia. “Os modelos visuais mentais também podem ser jogos ou vídeos. Na verdade, sendo um serviço customizado, a abordagem visual escolhida para a resolução do desafio organizacional depende exclusivamente da demanda do cliente”, afirma o CEO. E não para por aí. Outra iniciativa que pode ser aplicada nas empresas é a curadoria. “A proposta é selecionar, organizar e apresentar os dados de maneira acessível e significativa, a fim de agregar valor no cotidiano de quem consome o conteúdo. De forma geral, o processo leva em consideração as prioridades do cliente, ao manter o portfólio de materiais 100% atualizado, enquanto as necessidades pontuais são atendidas”, complementa Gangoni.
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