Os acontecimentos de 2020 tornaram-no atípico e que entrará para a história como um ano de superações, mudanças e muita resiliência. Para o mercado de trabalho, a principal mudança foi a implantação do regime de home office em tempo integral, modelo de trabalho que obrigou empresas a se adaptarem e adotarem a medida como solução.
Uma pesquisa realizada pela consultoria KPMG, mostra que 58% dos entrevistados pretendiam retomar as atividades presenciais ainda este ano. O levantamento foi feito com executivos e empresários de diversos segmentos da economia entre os meses de agosto e setembro.
Porém, a alta de casos de Covid-19 registrados no mês de novembro fez os gestores recuarem e permanecessem com o trabalho remoto. Surge então uma dúvida relacionada a oferta de benefícios. Alguns regimes de contratação exigem que a empresa ofereça ao funcionário vale alimentação, vale refeição, vale transporte, entre outros, de acordo com o que os sindicatos de cada categoria disponibilizam.
Segundo a Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo (ABRH-SP), a empresa pode deixar de depositar os valores referentes aos benefícios ligados à alimentação, por exemplo, durante o período de trabalho remoto se o pagamento não estiver definido por meio de negociação coletiva, com o sindicato, ou diretamente com o colaborador.
Entretanto, a contratação de uma empresa especializada na gestão de benefícios ajuda a corporação a ter um respiro em suas finanças. Algumas delas oferecem um quadro completo de suporte à gestão desses recursos. Um dos produtos disponíveis no mercado e que facilita a vida financeira do trabalhador é a ferramenta que possibilita a gestão do salário feita totalmente no ambiente on-line. Com ela, o colaborador consegue antecipar até 30% do seu salário líquido, conforme a lei CLT.
Esse serviço é benéfico não apenas para o colaborador, mas também para a empresa. Antes do início da pandemia, em 2019, quando a economia permanecia estável, o “The Employer’s Guide to Financial Wellbeing”, realizou um estudo com mais de dez mil trabalhadores no Reino Unido. Os resultados da pesquisa mostraram que colaboradores endividados produzem até 15% menos do que seus colegas que estão com as dívidas em dia. Portanto, oferecer ao colaborador essa facilidade não só o ajuda a ser mais produtivo, como também gera mais negócios para a empresa.
Com esse cenário de isolamento social, que deve permanecer por mais alguns meses, os benefícios ligados à alimentação continuaram com seu espaço garantido. O temor por uma nova onda de contágio da doença faz com que as pessoas prefiram realizar as refeições em casa. Nesse momento, ter um benefício em que possibilita a aquisição de produtos alimentícios auxilia a controlar o orçamento mensal, uma vez que não será necessário recorrer ao salário para a compra de mantimentos.
Há também a possibilidade de todas as transações, independentemente de qual seja o benefício, serem realizadas no ambiente virtual, sem a necessidade do contato humano. Para isso, as companhias que atuam nesse setor não têm medido esforços para entregarem aos seus clientes o que há de melhor e mais moderno para a gestão de benefícios, e estão investindo em recursos tecnológicos para aperfeiçoar ainda mais esse suporte, auxiliando as equipes de RH a focarem em demandas mais estratégicas.
Portanto, há uma forte tendência de os benefícios continuarem na lista de prioridade das companhias. Ofertar um benefício ao colaborador vai muito além do que cumprir uma simples lei. É uma questão ética que gera bons resultados, não apenas para quem os recebe, mas também para a construção de uma boa imagem de marca das companhias.
Por Renato Zacharias – Diretor da RB, empresa especializada em gestão de benefícios