Cínthia Giorgi Ribeiro é Diretora de Marketing OTC da Genomma Lab, farmacêutica internacional presente em 18 países
Mais do que uma celebração das conquistas sociais, econômicas e políticas das mulheres, a semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para trazer à tona uma discussão fundamental e que precisa ser cada vez mais destacada: a de que empresas que realmente são comprometidas com a equidade de gênero em todos os níveis hierárquicos são mais rentáveis. Essa é uma afirmação que pode ser facilmente comprovada. Só para dar um exemplo, um estudo divulgado no ano passado pelo Bank of America (BofA) mostrou que a paridade de gênero poderá gerar US$ 28 trilhões para a economia global, quase um terço do PIB do mundo em 2020.
Então por que ainda vemos tão poucas mulheres na liderança de grandes corporações? Segundo o IBGE, mesmo tendo mais estudo e assiduidade, as mulheres ocupavam apenas 37,4% dos cargos gerenciais em 2019, 16% dos cargos de liderança e menos de 10% das presidências.
É claro que esse é um cenário que está mudando e já podemos ver progressos globalmente. A versão mais recente do estudo “Women in Business Report”, produzido desde 2004 pela Grant Thornton, mostrou que em 2021 nove em cada dez empresas em todo o mundo já contavam com pelo menos uma mulher em suas equipes de liderança. E no Brasil, segundo o mesmo estudo, as mulheres conquistaram 5% dos cargos de liderança e já representam 39% da liderança, um percentual superior à média global, que é de 31%. São dados animadores e um sinal claro de que o esforço das empresas no desenvolvimento de políticas de diversidade e inclusão está trazendo resultados.
Mas ainda falta muito para alcançarmos um cenário de equidade com oportunidades iguais e a promoção de um tratamento justo, com espaço de fala, programas de incentivo, comunicação e treinamento de acordo com as necessidades de todos. Para isso, o debate sobre a equidade deve se tornar parte da cultura da empresa e ser fomentado pelos líderes, pelo RH e pelos colaboradores com ganhos para todos. Afinal, as empresas que promovem diversidade têm melhor aprovação social, mais procura e maior retenção de talentos.
No meu dia a dia corporativo como diretora de uma multinacional, vivencio as vantagens de uma estratégia de diversidade consistente e que busca dar as mesmas oportunidades a todos os colaboradores. Como executiva, me orgulho de fazer parte do time de liderança, que conta com mais de 50% de mulheres, e de compartilhar a equidade de direitos para todos e que garante licença paternidade de 20 dias para homens, por exemplo. A extensão de cinco para 20 dias segue os parâmetros das condições legais vigentes de uma empresa cidadã.
Empresas com mulheres na gestão trazem benefícios para o clima e performance. E aquelas que apoiam a cultura da inclusão e a diversidade só têm a ganhar na medida em que uma equipe diversa é mais criativa e inovadora e um diferencial competitivo.
Finalizando, convido a todos e todas a refletir sobre esse ponto. O que falta para que a equidade deixe de ser uma meta e se torne uma realidade em todas as empresas?