Doenças como depressão e ansiedade estão entre as principais causas de afastamento do trabalho, e é preciso que as empresas estejam atentas a isso
Passamos grande parte dos nossos dias em meio à rotina de trabalho. As metas, prazos, cobranças e alta competitividade que permeiam muitas organizações pode afetar significativamente nossa saúde mental, pelo menos é o que mostram os números. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 18 milhões de brasileiros sofrem com ansiedade, ou seja, uma média de 9,3% da população, para os casos de depressão, a situação é semelhante, cerca de 5,8% de toda população (12 milhões de pessoas) sofrem da doença.
Além disso, é oportuno destacar que desde janeiro deste ano, a OMS reclassificou a síndrome de burnout, sendo então, uma doença decorrente do trabalho, ou, como a própria definição do órgão: “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.
Dados como esses ressaltam a importância de tratar este assunto nas organizações e planejar ações que viabilizem o bem estar de todos os colaboradores. E como o RH pode fazer isso?
‘Grande parte das atividades de uma empresa são realizadas por seu capital humano, e como pessoas, elas estão suscetíveis ao esgotamento físico e mental, e por mais que muitas vezes a organização não se sinta responsável por esse cuidado, os benefícios de manter um ambiente emocionalmente saudável para todos traz inúmeras vantagens’, afirma Joseane Freitas, Fundadora e CEO da Perfix Consultoria, empresa especializada em RH Estratégico.
Existem algumas ações que as empresas devem desenvolver a fim de proporcionar um ambiente de trabalho acolhedor e focado no cuidado com o colaborador. De acordo com Joseane, um ótimo ponto de partida é promover a escuta ativa e o dialogo aberto com todos. ‘Manter um modelo de gestão transparente, que valoriza o desenvolvimento profissional e pessoal de cada membro da equipe é essencial. Com ele, é possível observar os mínimos sinais de riscos psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho e assim, implementar ações especificas de combate’.
Ainda no âmbito da comunicação, outra alternativa que pode ser utilizada para o auxílio no cuidado com os colaboradores é a prática de feedback contínuo, ou seja, informar a eles sobre suas performances nas atividades desenvolvidas, incluindo elogios aos bons resultados e detalhamento dos aspectos que podem ser melhorados. Assim, os profissionais tendem a se sentir valorizados e incentivados a buscar um crescimento constante.
Além disso, a especialista fala sobre a avaliação de desempenho, ferramenta que possibilita avaliar competências técnicas e comportamentais dos funcionários. ‘Esse ciclo de avaliação deve ser realizado de tempos em tempos, assim, é possível analisar o desenvolvimento obtido. Atrelado a isso, pode-se utilizar também o PDI, Plano de Desenvolvimento Individual, com ele, é possível criar ações para desenvolver diferentes competências de um profissional com clareza, direcionamento e identificação’, explica.
Vale ressaltar, que é necessário um planejamento assertivo para a aplicação dessas estratégias, e não utilizá-las como ações isoladas, pois, é essencial que se mantenha um padrão de cuidado com os colaboradores, evitando assim, futuros problemas.
Lembre-se que o bem-estar no ambiente de trabalho vai muito além de lhes proporcionar ginástica laboral ou um day off de aniversário, afinal, em um local nocivo e desagradável nem mesmo o mais eficiente colaborador será produtivo, e cabe ao profissional de RH desempenhar um papel decisivo nesse contexto.