Camila Ribeiro é consultora de Diversidade e Inclusão da Votorantim Cimentos
O tema da inclusão social possui hoje uma relevância estratégica dentro das empresas. Atualmente, encontramos um cenário em que as organizações buscam maior representatividade étnica, racial, de gênero ou de pessoas com deficiência em cargos de gestão. Isso porque é comprovado que as organizações que possuem mais diversidade em seus ambientes de trabalho são propensas a obter resultados acima da média em seus segmentos. Mas, mais do que o retorno financeiro, investir em diversidade e inclusão é uma forma de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
As pessoas que ocupam cargos de liderança nas empresas são um dos principais atores para a construção e manutenção de ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo, onde os indivíduos têm a segurança psicológica para viver a integralidade do seu ser. Participando recentemente deum fórum de debate sobre o papel do líder na inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, percebemos a visão comum de especialistas de recursos humanos sobre a importância de desenvolvermos líderes que não fomentem atitudes e ações discriminatórias, principalmente, aquelas que podem ser consideradas capacitistas – que é quando duvidam da capacidade de uma pessoa realizar determinada atividade em função de sua deficiência.
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Os líderes precisam entender o que são os vieses inconscientes para que não sejam influenciados por eles ao tomarem decisões sobre a gestão das suas equipes e tenham consciência de que seus comportamentos impactam um raio de influência dentro das organizações. Os vieses inconscientes são preconceitos, estereótipos ou pensamentos tendenciosos sobre determinado tema ou grupo social, que induzem a decisões tendenciosas e comportamentos prejudiciais.
Vivemos na era da informação em que, qualquer pessoa, tem fácil acesso a meios para atualizar-se e não cometer ações ou atitudes que podem ser consideradas preconceituosas. Por isso, o líder que ainda usa a desculpa do desconhecimento ou diminui sua responsabilidade na inclusão social, pode se considerar com profissional com data de validade curta no mundo corporativo.
Por outro lado, muito líderes já entendem o seu papel enquanto viabilizadores da diversidade nas organizações e perpassam essa visão tanto para seus times quando para a influência que exercem sobre todos seus públicos de relacionamento. Líderes como esses que compreendem seus vieses inconscientes e são humildes em relação a sua própria evolução não negligenciam pequenas atitudes ou situações. Têm a consciência de sua posição e de como podem ser embaixadores de uma cultura inclusiva em suas organizações, pois acreditam verdadeiramente na potência que há na soma das diferenças das pessoas.
Aqui na Votorantim Cimentos temos passado por uma jornada de evolução em relação a inclusão de pessoas desde que assinamos nosso Compromisso Global pela Valorização da Diversidade em 2019. Desde lá, nós, enquanto área de recursos humanos, capacitamos líderes com letramento geral sobre diversidade e inclusão, pois existe muita desinformação sobre questões relacionadas a esses temas. Muitos preconceitos que foram transmitidos de geração em geração. Somente em 2022, impactamos mais de 400 lideranças por meio de rodas de conversa para discutir sobre as melhoras práticas para inclusão de pessoas com deficiência. Foram bate-papos leves e descontraídos, mas que levou os participantes a refletirem sobre seu papel nessa jornada e como juntos podemos tirar as intenções do papel, tornando realidade nossas metas de inclusão propostas.
A liderança da Votorantim Cimentos tem evoluído na consciência de seu papel na inclusão de pessoas com deficiência para vivermos no dia a dia o nosso compromisso público de fortalecer cada vez mais a cultura de diversidade e inclusão. Queremos que todas as pessoas sejam tratadas com dignidade e sem preconceitos, independente de gênero, idade, raça, orientação sexual ou deficiência, pois acreditamos que somos diferentes e valorizar essas diferenças é importante para evoluirmos como sociedade.