A pandemia do novo coronavírus, o COVID-19, nos mostrou que tudo pode mudar em um espaço muito curto de tempo. Nem dois meses atrás todos estávamos aproveitando o Carnaval, ainda fazendo nossos planos para este ano cheio de desafios que estava diante de nós.
Em questão de dias todos os planos, ao menos os meus, mudaram completamente. Mudou também tudo aquilo que eu imaginava de 2020.Tá aí a primeira coisa que eu aprendi com esse isolamento social que estamos vivendo: podemos até fazer os nossos planos, trilhar os nossos objetivos, mas sabendo que tudo pode mudar de uma hora para a outra.
E, de uma hora para outra, tudo mudou. E isso inclui a forma como as empresas estão lidando com os seus clientes em tempos de crise.
Um grande nome da propaganda, Washington Olivetto, disse recentemente em uma entrevista que agora é hora de prestarmos serviço, não de vender. E é exatamente nisso que eu acredito.
O lucro gerado pela venda de um determinado produto ou serviço não deve ser sempre encarado como objetivo final. Ele pode ser alcançado como a consequência de uma série de fatores que vão muito além de oferecer algo bom por um preço justo.
A imagem que uma marca transmite, a identificação que ela gera com seus consumidores por meio de mensagens que gerem empatia, responsabilidade é muito importante. Mais que isso, é fundamental que a empresa adote posturas e atitudes que despertem em seus clientes um pouco de orgulho por terem optado por essa marca específica e não por uma concorrente.
Uma marca não deve focar apenas em vender seus produtos. Ela deve se comprometer com seu público. O lucro, o resultado financeiro – que é o que de fato mantém uma empresa viva e atuando – é gerado como uma consequência de todas essas ações.
Acredito que esta época de isolamento tenha escancarado um pouco mais essa ideia. Empresas que se preocupam com seus funcionários, que criam ações de ajuda para aqueles que precisam, que pensam do lado humano e não mercadológico, tendem a se destacar.
Na Mitsubishi Motors, estamos nos desdobrando em reuniões constantes, renegociações e readequações para garantir ao máximo a manutenção do nosso quadro de colaboradores, mesmo em um cenário em que as vendas do setor foram seriamente afetadas.
A maneira humana que muitas empresas estão encarando essa crise pode sim ser vista como uma evolução do marketing e da comunicação. É de responsabilidade de cada profissional que atua nesse segmento, sentir, se envolver, se comprometer em transmitir cada vez mais esses valores mais humanos, mais empáticos que as empresas estão adotando.
A partir de agora, ainda mais.
Por Fernando Julianelli, diretor de marketing e comunicação da Mitsubishi Motors no Brasil