Em um cenário de dúvidas, incertezas e transformações que estamos vivendo, a área de Recursos Humanos de uma empresa ganhou protagonismo na relação com os profissionais com o objetivo de garantir o bem-estar mental dos colaboradores. A pandemia aflorou sentimentos como a ansiedade e o medo. Além de preocupações com a manutenção do emprego e a própria saúde e a dos parentes, ao mesmo tempo que surgia a necessidade de equilibrar as demandas do trabalho com as rotinas familiares em casa.
Essa combinação de sensações, faz com que algumas pessoas tenham mais dificuldade em desenvolver suas atividades profissionais. Com isso, as companhias detectaram um aumento na procura por atendimento psicológico no ambiente corporativo. Nesse contexto, o RH tem o papel de influenciar e desenvolver nas lideranças uma aproximação entre as equipes com foco na humanização das relações.
“É preciso que os líderes estejam mais presentes e à disposição para entender o momento que estamos passando, oferecendo o suporte necessário, mais do que, simplesmente, cobrar produtividade e resultados. Ele tem que usar toda a experiência para se aproximar de uma forma mais humana da equipe, criando vínculos. No início, imaginávamos que essa situação seria temporária, mas acabou se estendendo e não temos um prazo para que ela acabe”, destaca Wilma Dal Col, diretora do ManpowerGroup.
Mas como fazer essa aproximação em um período de isolamento? O que parece um contrassenso, acaba sendo minimizado com os recursos da tecnologia, pois as chamadas de vídeo proporcionam a manutenção da comunicação visual, cinestésica e auditiva. “Este é o momento em que o líder deve estar atento a alguns aspectos. Nos expressamos com um olhar, por isso é preciso ter atenção na fala, na entonação da voz, nos gestos, para tentar identificar o sentimento da pessoa naquele momento, mesmo que por meio da tela do computador”, comenta Wilma.
O grande desafio é manter aberto o canal do RH para a comunicação entre as equipes. É necessário que ele faça o papel de agente ativo, de incentivar as pessoas para um bate-papo informal, criar momentos de descompressão, para buscar entender como cada pessoa está enfrentando este momento. A especialista também recomenda que esse tipo de contato seja feito de maneira mais próxima, por meio de uma chamada de vídeo ou ligação telefônica, não ficar apenas na comunicação via email.
“É essencial, também, que o líder tenha conhecimento do que a empresa pode oferecer como suporte. Após isso, chamar o colaborador para uma conversa, escutá-lo e oferecer algum tipo de assistência médica. Medidas como essas contribuem com o bem-estar. Este período está se transformando em um processo de adaptação intenso e que deixará muitos aprendizados, tanto para as empresas, como para os profissionais”, complementa Wilma.