A obra dirige-se sobretudo a CEOs, executivos, empreendedores, consultores e profissionais de RH
Nas últimas décadas e mais recentemente, o mundo tem passado por transformações radicais que vem exigindo das empresas a implementação de uma nova cultura corporativa para que se mantenham competitivas no mercado. Os efeitos da pós-pandemia na economia global, a crise de saúde mental, os alertas de mudança climática, por exemplo, são alguns dos aspectos que fazem com que a busca por novas formas de cuidar dos negócios se torne imprescindível e cada vez mais urgente.
Visando facilitar o caminho das empresas para encontrar estas novas formas de desenvolver uma cultura corporativa que seja cada vez mais colaborativa e adequada aos novos tempos, os especialistas em transformação cultural de empresas e transformação pessoal de lideranças, Caroline Marcon e Paul O’Doherty, escreveram o livro “O Poder dos Times AAA – Como times executivos geram crescimento sustentável por meio de pessoas”. O prefácio é assinado por Richard Barrett, autor britânico muito conhecido no meio corporativo brasileiro e referência internacional em transformação cultural e liderança baseada em valores, com 10 livros publicados. Ao longo de oito capítulos, distribuídos em 256 páginas, os autores lançam mão de conceitos inovadores de gestão, da experiência prática e de cases de empresas globais como Unilever, Cargill e Volkswagen, e nacionais como C&A Brasil, Grupo 3corações e Unimed Fortaleza para tangibilizar os aprendizados.
Uma publicação da Editora Gente, a obra dirige-se sobretudo a CEOs, executivos, empreendedores, consultores e profissionais de RH para que consigam – como escreve Barrett no prefácio do livro – “praticar formas mais ágeis e efetivas de liderança, que produzam uma melhor tomada de decisão, maiores níveis de inovação e comportamento ético e performance mais sustentável, ao mesmo tempo que contribuem para o bem-estar do futuro da sociedade”.
Ao entrevistar investidores e líderes de fundos de investimento, para entender os critérios que utilizavam para saber se uma empresa cresceria de forma sustentável neste mundo cheio de novos desafios, o autores constataram que o principal deles referia-se à qualidade e robustez do time executivo e sua interação com os diversos níveis da companhia. Desta apuração, Caroline e Paul escolheram o tema do livro, assim como os objetivos a serem atingidos com a obra.
Já o título do livro vem da classificação dada por agências internacionais de avaliação de crédito a empresas e governos para avaliarem o grau de previsibilidade financeira e segurança de retorno para o investidor. Organizações Triple-A (AAA), por exemplo, são com maior grau de segurança para os investidores. De forma semelhante, os times executivos AAA são aqueles com mais alta performance, conforme os autores da obra.
Em relação aos objetivos do livro, Caroline e Paul destacam três. O primeiro é ensinar times executivos a colaborarem para tomar decisões mais efetivas e estimular todas as áreas da organização a gerar mais valor para clientes e acionistas. O segundo é ajudar times executivos a canalizarem energia, criatividade e comprometimento dos colaboradores em torno de um propósito significativo. E o terceiro é oferecer metodologias e orientações práticas para ajudar os líderes a transformarem a cultura organizacional e os próprios comportamentos da liderança, para se tornarem mais autênticos e energizarem o time executivo, os seus times diretos, a organização como um todo.
Tendo como norte estes três objetivos, o primeiro capítulo trata da importância do propósito, conceito que faz CEOs, times executivos, líderes e colaboradores entenderem os reais motivos de agirem em conjunto. “O propósito dá sentido ao trabalho e mantém os colaboradores unidos em um ‘porquê’ que mobiliza cada um a oferecer o seu melhor”, dizem os autores, ressaltando que nunca foi tão necessário às empresas, como é na atualidade, conquistarem a contribuição genuína dos colaboradores. Para ilustrar a temática, os autores compartilham o case inspirador da Unilever, por meio de entrevistas que fizeram com o CEO Global Alan Jope e membros da sua equipe direta.
Para que os colaboradores e demais integrantes da empresa ajam de maneira coesa, os autores destacam ser essencial a formação de times executivos de alta performance, pois estes “acreditam que seus membros conseguem produzir melhor agindo juntos do que separados”. Dessa forma, o segundo capítulo tenciona identificar (e remover) as barreiras que impedem as equipes de começarem a própria jornada de alta performance, fornecendo as condições para edificarem uma base estável para o time executivo trabalhar unido e prosperar.
É essencial para a formação de times executivos contar com CEOs que saibam implementar o propósito da empresa de modo a entregarem resultados consistentes aos investidores e significados para as pessoas que trabalham no negócio. Assim, o capítulo 3 procura mostrar quais são os diferenciais dos CEOs dos melhores times, apresentando a melhor e a pior combinação de estilos de liderança para criar um time executivo de alta performance. Por meio de descrições específicas de comportamentos e impacto nos resultados, o leitor entenderá o que faz um Chefe Bombeiro, um Autocrata Iluminado, um Líder orientado por Propósito, e, finalmente, um Líder Triple-A (AAA).
Dando continuidade à importância dos CEOs para formação de times executivos de alta performance, o capítulo 4 examina algumas práticas-chave adotadas por líderes altamente eficazes. De acordo com os autores, eles costumam investir em três ações com o intuito de gerar alto desempenho sustentável. São elas: criar uma direção clara e convincente; estabelecer metas desafiadoras (porém alcançáveis) de performance; e aprender e se desenvolver como indivíduos e como parte do time.
A terceira ação na qual os CEOs de times de alta performance costumam investir é melhor destrinchada no capítulo 5. “Os melhores CEOs alinham pessoas ao redor do time, para que a equipe brilhe mais em conjunto do que qualquer membro o faria isoladamente”, afirmam os autores. Aliás, de acordo com eles, para alcançarem maiores níveis de performance sustentável, as empresas devem ajudar suas equipes executivas a fazerem a transição de dependência parcial ou completa do CEO para uma situação de interdependência do time.
Trazendo mais evidências de como o trabalho colaborativo e interdependente contribui para a excelência do time executivo, o capítulo 6 destaca três características que auxiliam na identificação de uma equipe de alta performance. São elas: equipe alinhada em torno de valores comuns; confiança interpessoal fortalecida; e colaboração desenvolvida. “Quando o time executivo trabalha baseado em valores compartilhados, confiança e colaboração, e isso é imitado pelos demais líderes da organização e suas equipes, a cultura organizacional se transforma pelo exemplo”, ressaltam os autores.
O sétimo capítulo é dedicado à transformação cultural. Nele, Caroline e Paul abordam a forte conexão entre culturas organizacionais saudáveis e resultados financeiros sustentáveis e como o time executivo pode promover ou ser a principal barreira para a transformação da organização. Assim, entre outros aspectos, os autores destacam os atributos comuns às culturas corporativas bem-sucedidas; a importância dos valores na construção da cultura; os principais erros que impedem a evolução da cultura e fornecem recomendações para liderar uma transformação de sucesso. Para tangibilizar, são compartilhados cases nacionais de culturas robustas, como a do Grupo 3Corações, e o processo de transformação cultural radical da Unimed Fortaleza.
Após tratar da transformação cultural da organização, os autores mergulham na transformação pessoal do líder. De acordo com Caroline e Paul, a mudança na organização apenas se mantém quando seus principais líderes se tornam exemplos legítimos da mensagem. Nesse sentido, o último capítulo do livro revela processos-chave pelo quais CEOs e executivos seniores conseguiram transformações significativas e duráveis. E para convencer até os leitores mais céticos, os autores mostram que sim, as pessoas podem mudar, se cultivarem uma mentalidade de crescimento e tiverem a disposição de fazer o esforço necessário. O capítulo traz o case de transformação da Microsoft, que se reiventou por meio da cultura de liderança e faz parte da seleta lista de empresas AAA, com valor de mercado acima de 1 trilhão de dólares.
Sobre os autores:
CAROLINE MARCON é consultora organizacional e coach executiva com experiência em transformação cultural, desenvolvimento de times executivos e inovação em gestão de RH. Professora de MBAs Executivos da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), Caroline trabalha com grandes empresas no Brasil e no exterior, ajudando-as na evolução cultural e aceleração do desenvolvimento de seus principais executivos.
Antes de se tornar consultora independente, atuou por nove anos na consultoria global Korn Ferry Hay Group, onde liderou a divisão de pesquisas organizacionais e o time de consultores responsável pela entrega de grandes projetos. Por cinco anos, atuou como consultora de formação de lideranças para a Organização das Nações Unidas (ONU) na International Telecommunications Union (ITU) e, paralelamente, na área de Gestão de Pessoas da Brasil Telecom/Oi. Graduada em Direito e em Administração de Empresas, mestra em Comportamento Organizacional, a autora é certificada em Coaching Executivo pela Universidade Columbia (CU), em Ferramentas de Transformação Cultural pelo Barrett Values Centre (BVC), em Gestão da Mudança em Organizações Complexas pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT Sloan) e em Meditação pelo Chopra Center.
PAUL O’DOHERTY
Facilitador experiente no desenvolvimento de times executivos, coach de CEOs e líderes seniores, PAUL O’DOHERTY é graduado em Francês e Russo e mestre em Comportamento Organizacional pela Trinity College, em Dublin. Pós-graduado em Administração pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas (INSEAD) e pela London Business School (LBS), Paul atua no desenvolvimento da cultura de liderança de grandes empresas nacionais e internacionais.
Fundador da Field Consulting em 2015, Paul trabalhou na Korn Ferry Hay Group por quinze anos na Europa e no Brasil, onde liderou a transformação cultural e o aprimoramento de times executivos.
Conduziu também o desenvolvimento de lideranças na GE Capital Europa por cinco anos, após oito anos no time de Recursos Humanos do Grupo Alcatel em Paris, onde coordenou a formação dos quinhentos executivos-chave do grupo. Certificado em Assessment e Coaching executivo pelo McClelland Center em Boston, em Meditação
pelo Chopra Center e em Transformação Cultural pelo Barrett Values Centre (BVC), Paul é jogador de golfe scratch, sendo campeão latino-americano sênior em 2019.