Enfim, 2020 está terminando. Um ano difícil que impactou diversos setores da economia mundial por causa da pandemia do novo coronavírus e mudou a forma como as pessoas se relacionam, tanto pessoal ou profissionalmente falando. Com toda certeza eu digo que nada será como antes, principalmente no mercado de trabalho e meio corporativo.
Fazendo um panorama geral do que aconteceu no corporativo, tivemos a ascensão do home office, algo polêmico ainda em muitas empresas e que se tornou popular na pandemia. Logo, o escritório perdeu sua força e deixou de ser necessário por conta do trabalho remoto, elevando o nível de produtividade das equipes e provando ao empregador que vale a pena aderir ao home office.
Muitos gestores tiveram que se adaptar à nova rotina e, com isso, realizar a gestão à distância, como reuniões via vídeo, algo que também se tornou comum. O tratado dos RHs com os colaboradores também mudou, um dos departamentos mais importantes das empresas teve que se tornar aliado da tecnologia, e assim, adequar-se à implantação da Lei Geral de Proteção de Dados, que entrou em vigor no mês de setembro. Dessa forma, houve um realinhamento de processos corporativos para assegurar que os dados dos colaboradores fossem protegidos. Em tempos de pandemia isso foi um desafio, certo?
Mas em meio a todas essas mudanças, o que os colaboradores podem esperar de suas empresas em 2021? Em uma conversa com colegas dos setores de recursos humanos, facilities e benefícios, identifiquei algo em comum: os colaboradores esperam mais empatia, bem-estar e qualidade de vida de suas empresas. A tendência é que o mercado de trabalho se torne cada vez mais competitivo. Oportunidades que ofereçam diversidade no pacote de benefícios, flexibilidade na rotina de trabalho, home office ao menos três vezes na semana e oportunidades de aprendizado e crescimento, tendem a obter os melhores candidatos.
A pandemia só intensificou isso. As empresas que não adotarem esse novo mindset podem perder seus talentos. É preciso entender que os colaboradores foram impactados tanto quanto os empregadores, muitos tiveram seus salários reduzidos, outros perderam empregos, isso sem falar na quantidade de áreas que se tornaram obsoletas por conta da crise. É preciso ter empatia nesse momento e entender a expectativa dos colaboradores.
O colaborador espera para 2021 benefícios mais estratégicos. Recentemente eu li um artigo em um portal de notícias renomado sobre gestão, que o RH será 4.0 daqui para a frente, e que os benefícios flexíveis (estes eu conheço bem) serão a grande pedida da vez. Empoderar o colaborador com a escolha do próprio benefício é uma forma de o empregador fazer um investimento mais assertivo, se destacar e conseguir os melhores talentos. Além disso, prova o quanto a empresa se preocupa em atender suas necessidades.
Aproveitando o gancho sobre benefícios, os colaboradores esperam em seus planos de benefícios flexíveis, itens como plano de saúde com propostas voltadas a cuidar tanto da saúde quanto da doença, seguro de vida, auxílio funeral para sua família e agregados, além de outros incentivos como atendimento psicológico. Para apoiá-los no trabalho, esperam auxílio com mobiliário para o home office, bolsa de estudos e reembolsos de despesas específicas como luz e internet.
Este ano se finda com uma esperança: a de que essas mudanças no mercado de trabalho gerem novas oportunidades, colaboradores mais motivados e empresas dispostas a cuidar do seu bem mais precioso, seus talentos. Ainda, cada um deverá fazer a sua parte, colaboradores esperam preocupação por parte das empresas, essas, por sua vez, esperam compreensão e paciência do colaborador. Mas uma coisa é certa, empresa e colaborador esperam juntos, se adaptarem a esse novo normal. Um bom 2021 a todos!
Por Ronn Gabay, especialista em benefícios na Bematize