Num mundo onde trabalho e vida pessoal estão cada vez mais interligados, compreender e apoiar a diversidade geracional é essencial para estabelecer ambientes de trabalho que não só atraiam, mas também retenham profissionais motivados e satisfeitos.
Colunista Mundo RH, Fabiana Galetol, Diretora Executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee
Nos últimos anos, a geração Z tem demonstrado expectativas distintas em relação ao mercado de trabalho. Com valores bem definidos, esses jovens, nascidos entre a segunda metade da década de 1990 até o início de 2010, estão reescrevendo as “regras” da carreira. Uma das tendências emergentes é o conceito de Quiet Ambition, ou ambição silenciosa, que se caracteriza por uma abordagem menos visível e frenética ao sucesso, mas igualmente comprometida e significativa. Em vez de buscar poder ou status de forma tradicional, a geração Z prioriza equilíbrio, propósito e realização pessoal em suas carreiras.
A natureza da Quiet Ambition e as mudanças nas expectativas de trabalho
Crescendo em um mundo digital e socialmente conectado, a geração Z desenvolveu interações e expectativas únicas. Diferentemente das ambições tradicionais, frequentemente ligadas a ascensão rápida, poder e status, a quiet ambition é caracterizada por um foco maior em objetivos mais sutis e pessoais. De acordo com estudo recente da Pluxee, 62% desses jovens profissionais priorizam um ambiente de trabalho saudável e equilibrado, que esteja em sintonia com seus valores e que promovam diversidade, inclusão e bem-estar.
Esse dado reflete uma mentalidade que valoriza tanto o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, quanto o propósito no trabalho. Uma pesquisa da Deloitte confirma essa tendência, mostrando que 49% dos profissionais do grupo Z priorizam – e não abrem mão desse equilíbrio. O foco dessa geração não está apenas no desejo de causar impacto positivo em questões sociais ou ambientais, mas também em encontrar organizações que busquem um papel transformador na sociedade, além do lucro.
Para os nativos digitais, a verdadeira ambição não se mede por promoções ou prestígio, mas pela capacidade de realizar um trabalho significativo que esteja alinhado com seus princípios. A pesquisa da Pluxee também revela que 72% dos participantes consideram ter um propósito no trabalho mais importante do que a própria remuneração. Para eles, o sucesso profissional não se resume a “ter”, mas a “ser”: ser autêntico, ser valorizado e fazer parte de algo que realmente faz a diferença. Essa visão desafia o modelo corporativo tradicional, exigindo que as empresas se adaptem ao oferecer mais do que apenas benefícios e promoções; é preciso fornecer significado ao que se faz.
A flexibilidade no trabalho também é uma prioridade clara para os GenZ. Mesmo com as preocupações financeiras (questão que afeta gerações no geral), muitos trabalhadores considerariam, inclusive, deixar o emprego se o modelo de trabalho não contemplasse flexibilidade. Essa preferência reflete uma busca por autonomia e o desejo de moldar suas rotinas de trabalho em consonância com suas necessidades e objetivos de vida.
Um novo paradigma de sucesso
À medida que a geração Z entra no mercado de trabalho, é essencial que as organizações e líderes reconheçam essa mudança de paradigma. A ambição silenciosa não é uma falta de ambição, mas sim uma reinterpretação do que significa ser ambicioso no século XXI.
Em um mundo onde o trabalho e a vida se entrelaçam cada vez mais, entender e apoiar a diversidade entre as gerações é fundamental para criar ambientes de trabalho que não apenas atraem, mas também mantenham os profissionais mais motivados e realizados. Essa nova abordagem à ambição pode levar a uma força de trabalho mais inovadora, coesa e satisfatória, refletindo uma era onde o sucesso é medido por um conjunto mais amplo de valores.