Há meses perdi os meus avós maternos, que este ano comemoraram impressionantes 72 anos de casamento. E para não perder o costume que eu tenho de tirar selfies, reuni parte da família que estava na casa dos meus avós no dia da festa de 70 anos de casados, e antes de retornar para São Paulo registrei aquele momento, que para mim seria mais que uma bela foto.
Compartilhei a foto citada por whatsaap com uma grande amiga, pois havia contando para ela a linda história de vida destes meus avós, pois eles eram um maravilhoso casal de ser humanos e ambos eram verdadeiros exemplos de guerreiros da vida. Recebi um retorno do whatsaap enviado muito reflexivo e que mexeu comigo, pois a percepção de valor que ela demonstrou por este meu registro fotográfico, foi infinitamente diferente do que a que eu dei, tive ou poderia imaginar.
Essa diferença da percepção de valor, pautada na história de vida dela, serviu como um “presta atenção” para mim, e assim me fez repensar alguns pesos que dava na minha vida, assim como me estimulou a escrever este texto para compartilhar esta reflexão com vocês, pois acredito que na maioria das vezes confundimos o que é ESSENCIAL com o que é FUNDAMENTAL, como já sinalizou o ilustre filósofo, escritor, educador, palestrante e professor Mário Sérgio Cortella.
“Fundamental é o que nos faz chegar no que é Essencial”
Por exemplo, ter dinheiro é fundamental, mas não é essencial. Por isso é de conhecimento de muitos a seguinte frase: “Conheci uma pessoa tão pobre, mas tão pobre que só tinha dinheiro”.
Temos que refletir de onde vem a nossa riqueza, daquilo que temos ou daquilo que nos têm?
Esta forma simples, mas profunda de enxergar a vida, traz ensinamentos principalmente para aqueles que passam por momentos difíceis, como por exemplo, os que estão sofrendo com o desafio da recolocação no mercado atual de trabalho, tema que constantemente venho tratando em artigos e conversas semanais que eu tenho.
Segundo a minha grande amiga, a qual citei no começo do texto, “Não está na hora de nós repensarmos apenas nossas carreiras, mas sim repensarmos dois importantes temas em nossas vidas que não damos valor: Sentido e Significado”.
Segundo esta minha grande amiga, “o que não tiver SENTIDO, não tem SIGNIFICADO”.
Se o que fazemos e construímos em nossas vidas, têm sentido e significado, certamente:
- Defendemos causas e construímos laços de confiança em torno delas;
- Estimula-nos a ter uma vida simples, que nos dá vontade de chegar em casa para fazer o melhor.
- Transforma-nos em pessoas importantes, ou seja, pessoas que os outros dão valor e nos “importam” para dentro deles.
- Nos ajuda a transbordarmos, ir além das nossas bordas.
- Dá-nos maturidade para entender que o mundo que vamos deixar para os nossos filhos, depende dos filhos que vamos deixar para este mundo.
- Dá-nos condições de refletir se o dia que nós formos embora desta vida, faremos falta.
Uma vida simples é aquela que a gente tem suficiência de recurso para existir, prover futuro e repartir” – Mário Sérgio Cortella.
Complementando as reflexões, vejo que temos uma grande oportunidade de atuar com maior clareza no que faz sentido e o que tem significado para nós, e o quanto antes descobrirmos estes dois pontos, teremos menos chance de nos arrepender.
Por isso compartilho abaixo a história de uma enfermeira americana que publicou em 2011 um livro sobre os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais.
1# Primeiro arrependimento: “Gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que esperavam de mim”.
2# Segundo arrependimento: “Gostaria de não ter trabalhado tanto”.
3# Terceiro arrependimento: “Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos”.
4# Quarto arrependimento: “Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos”.
5# Quinto arrependimento: “Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz”.
Agradeço minha amiga que me provocou a correr atrás do essencial para minha vida que é entender e valorizar o sentido e o seu significado, agradeço a minha família que me dá sentido e significado, e espero que esta coluna te estimule a buscar as suas respostas.
Finalizo este texto com algumas palavras de um grande profissional que admiro e que leu este artigo na íntegra e fez o seguinte comentário: “Muita gente ainda vive na Matrix, despertar para o sentido e o significado, é compartilhar consciência”.
Por Gustavo Mançanares Leme – Executivo de RH e conselheiro de administração, com experiências em processos de transformações culturais e turn around de negócios. Estrategista e especialista em práticas de excelência em desenvolvimento e performance organizacional.