Thiago Oliveira é CEO do Conselho Virtual, sócio-investidor da Bossa Nova e CEO da fintech Zebra Câmbio. Surfista, também é autor do best-seller “Pense Dentro da Caixa”, obra que ajuda empreendedores a enxergar oportunidades e empreender em qualquer cenário
O mundo dos negócios e os esportes têm muitas semelhanças. No surf, em especial, a essência do mundo corporativo se encontra de forma visceral ao mundo esportivo, de maneira sutil e quase imperceptível. A menos que você pare para refletir e sinta, lá no outside, o quanto essa conexão pode inclusive te ajudar a ser melhor, tanto no mar quanto no trabalho.
De acordo com especialistas, profissionais em contato com esportes costumam apresentar mais disciplina, visão de planejamento, determinação, resiliência e foco nos objetivos, competências cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho.
Os estudos correlacionando esportes ao desempenho de altos executivos ainda são poucos. Porém, para efeito de comparação, a consultoria EY ouviu 400 profissionais mulheres em países como Brasil, Canadá, China, Reino Unido e Estados Unidos. Quase metade delas (49%) faz parte dos conselhos das empresas em que trabalham ou ocupam cargos de presidente, diretora financeira e diretora de operações. Noventa e quatro por cento das entrevistadas declararam praticar algum esporte e 74% concordaram que isso contribuiu para o sucesso de suas carreiras e influenciou positivamente suas decisões profissionais.
Se você analisar, o surf requer tudo isso e mais um pouco: são necessários equilíbrio, disposição, força, resistência, paciência e muita atenção. Sem contar a imprevisibilidade da movimentação do mar, das correntes e dos ventos, que exige adaptação a um ambiente desafiador e bastante instável – assim como muitos mercados.
Ao entrar no mar, você sabe o que quer – pegar boas ondas, mas não sabe exatamente o que esperar. E é exatamente por isso que o surf pode ser usado como uma metáfora interessante para os negócios hoje.
Assim como no mundo corporativo, CEOs, empresários, empresárias, empreendedoras e empreendedores se veem diariamente cercados por incertezas e sem saber o que vem pela frente. A solução é se arriscar, procurar atingir o topo da onda e ir em busca do sucesso. Dentro e fora do mar.
O ambiente corporativo, assim como o esportivo, exige a superação de desafios e o profissional segue sempre em busca de se tornar uma melhor versão de si mesmo. Avaliar o contexto, planejar as ações, desafiar limites e tomar decisões são algumas das lições que o esporte nos ensina e que fazem parte do dia a dia dos líderes. Coragem, preparo físico e mental, tranquilidade em momentos de crise, humildade e determinação são indispensáveis. Mas não apenas isso. Destaco aqui 5 lições do surf que influenciam na liderança corporativa.
Ao levar uma queda, mantenha a calma e suba para a superfície
No surf, quando você vai surfar ondas maiores, ondas grandes, ao cair a principal recomendação é: manter a calma e a mente tranquila, pois você pode achar que está subindo para a superfície quando na verdade está se afundando ainda mais. Nos negócios e na liderança acontece a mesma coisa, sendo assim, quando você toma uma pancada grande e inesperada, lembre-se de manter a calma e a mente tranquila para subir para a superfície e tomar as melhores decisões.
Abra mão do controle e reconheça suas limitações
A humildade é uma virtude no trabalho e no surf, ela é indispensável. A força da natureza se revela no mar. Os líderes precisam ter essa certeza: não há como controlar tudo. Ao encarar um swell, não é o mais forte que vence ou que dropa as maiores ondas, mas o que melhor se prepara e que se adapta às circunstâncias. É o que reconhece suas limitações, respeita o cenário e tem humildade para ser melhor a cada dia.
Encontre oportunidades em meio a muitas incertezas
O bom surfista vê na incerteza uma oportunidade. Afinal, surfar é treinar, cair, levantar, aprender e evoluir.
No mundo dos negócios, também funciona assim. Diante de constantes transformações no mercado e nos negócios, o líder precisa ser capaz de enxergar oportunidades nos maiores desafios e ter a coragem de aproveitar o que cenário da melhor forma possível.
A repetição aproxima da perfeição.
O aperfeiçoamento constante leva à perfeição – ou ao menos, se aproxima disso. É o que costumamos chamar de resiliência. A força para recomeçar após uma derrota ou um dia cansativo. Perder faz parte do dia a dia de qualquer pessoa, não só de um atleta. Mas saber o que aprender com a perda, é o que traz o crescimento. É a superação dos próprios limites que mantém as pessoas no topo. A falta de conformismo, a sede de aprender mais, de conhecer novidades do mercado e se aprimorar é o que vai ser um diferencial de carreira.
Pensar grande, começar pequeno e assumir riscos
Surfar é saber assumir riscos, afinal, a cada momento o mar pode mudar. É preciso aprender a ter calma nos momentos de turbulência e coragem para, depois de uma queda (ou uma vaca), pegar a próxima onda. É igual nos negócios, muita coisa vai dar errado, mas é necessário assumir riscos e se levantar após cada tombo.
Fazendo uma analogia, para ter sucesso hoje, é preciso saber surfar a onda de um mercado que se apresenta diferente a cada instante. Você pode ser ouro nos negócios se souber surfar nesse mar de tubarões.