Por Ana Cristina Moraes, instrutora de RH na Udemy Business
Atualmente, num processo seletivo, a inteligência artificial faz parte de quase todas as etapas – não mais apenas da seleção dos currículos, mas também do agendamento das entrevistas e do relacionamento com os candidatos, por exemplo.
No entanto, como outras tecnologias, nem sempre os algoritmos funcionam da melhor forma possível – e podem acabar deixando bons candidatos de fora da corrida. Por isso, para os profissionais, é importante entender como esses algoritmos funcionam, para poderem adequar os seus currículos e perfis no LinkedIn a eles e, assim, terem mais chance de conseguir o emprego dos sonhos.
No caso da seleção de candidatos, existem ferramentas que analisam currículos por meio de palavras-chave e, depois, os classificam – elas são conhecidas como applicant tracking systems, em inglês, sistemas de rastreamento de candidatos.
O intuito dessas ferramentas é tornar as contratações mais inteligentes, identificando perfis mais adequados às vagas, com mais rapidez e assertividade, facilitando o trabalho humano. Mas uma queixa frequente dos candidatos é que, apesar de eles terem todas as qualificações necessárias para uma vaga, não são selecionados. Isso pode acontecer se o sistema não identificar determinadas palavras-chave no perfil do candidato.
Há algumas formas de contornar isso. Por exemplo, no LinkedIn, o profissional pode incluir no título do seu perfil palavras relacionadas à sua área, aos conhecimentos específicos que tem e às técnicas, às metodologias e aos sistemas que domina, por exemplo. Dessa forma, o título do perfil de um profissional da área financeira poderia ser algo como: “Economista | Administrador | Finanças | Controladoria | Serviços”. Isso também vale para os currículos.
Outra dica para ser melhor avaliado pelos algoritmos é sempre incluir no currículo, no perfil do LinkedIn e em perfis em sites de vagas todos os seguintes campos: dados pessoais, objetivo, perfil (um pequeno resumo da experiência profissional), histórico profissional, informações acadêmicas, cursos extras, publicações e trabalhos voluntários (os dois últimos, se houver) – e nesta ordem.
Templates de currículo artísticos ou currículos em colunas, apesar de serem bonitos, podem dificultar a leitura das informações por parte das ferramentas de inteligência artificial e, por isso, devem ser evitados.
Além disso, no LinkedIn, muitas outras ações podem deixar o candidato mais em evidência, como receber recomendações de ex-colegas de trabalho, expandir a rede de conexões frequentemente, escrever artigos, postar e comentar e curtir posts. Tudo isso é avaliado pelo social selling index, o índice usado pela rede social para medir a participação dos seus usuários. Há também no LinkedIn a opção de o profissional deixar claro para os recrutadores que está bucando emprego.
Ao entender melhor como funcionam os algoritmos, fica muito mais fácil para o candidato se adequar a eles e, assim, deixar em destaque o que realmente importa: os seus conhecimentos técnicos e a sua experiência profissional. Boa sorte na busca de boas vagas!