Por José Ricardo Amaro – Diretor de Recursos Humanos da Ticket
O papel da área de Recursos Humanos das empresas passou por inúmeras mudanças, tornando-se mais estratégico ao longo do tempo. Com o avanço da tecnologia e digitalização dos processos, o profissional de RH passou a acumular novos papéis e responsabilidades, além das tarefas usuais da área, como seleção, treinamento, desenvolvimento, clima organizacional, comunicação interna e administração de pessoal, entre outras.
Hoje, o que se espera do profissional de RH, é a capacidade de entender com mais profundidade a estratégia da empresa, participando nas tomadas de decisão dos negócios e interpretando como a gestão de pessoas e os modelos de trabalho se harmonizam e se integram nesse novo cenário do mundo do trabalho.
Diante desse contexto, o mercado tem exigido dos profissionais de RH um perfil muito mais completo e com maior visão sistêmica. Extrair informações na leitura de dados, ter foco em resultados, participar de temas como fusões e aquisições, ser um aliado na implantação de metodologias ágeis, ser embaixador no posicionamento da marca, contribuir com a oferta de valor para os clientes, tanto internos quanto externos, ser um agente protagonista na gestão de mudanças, gerenciar conflitos internos e, quando exigido, apoiar o processo de turnaround da organização, são alguns dos diferenciais que as empresas esperam desses profissionais.
Embora o tempo e as exigências tenham evoluído, o profissional de RH nunca deve perder o seu lado humano e a sua grande essência de cuidar de gente, menos pelo lado assistencialista, e mais pelo lado de desenvolver, motivar e reconhecer o capital humano da organização.
Outra demanda que tem ganhado força nos últimos anos é a preocupação com a saúde mental dos colaboradores. Principalmente durante a pandemia, líderes e equipes tiveram que lidar com inúmeras mudanças, principalmente relacionadas ao trabalho à distância, e com a pressão de manter a empresa em ascensão, mesmo diante de uma crise global. Isso fez com que os profissionais de RH tivessem que se dedicar e ampliar seus conhecimentos para criar ações que colaborassem com a manutenção da saúde e do bem-estar dos seus profissionais, sem esquecer da necessidade de manter os níveis de produtividade e as entregas nos patamares desejados.
De fato, a pandemia acelerou a necessidade das empresas de terem um RH mais estratégico, mas ao contrário do que muitas pessoas pensam, esse movimento não é recente. Acontece que antes a importância de um RH mais estruturado ficava na teoria, no discurso. Hoje existe, de fato, uma demanda por profissionais completos. Quem não se requalificar, não acompanhar as novas demandas do mercado de trabalho e não ampliar suas competências e habilidades, certamente perderá relevância, credibilidade e até empregabilidade.